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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

Prejuízo causado por cunhado de Marcelo Odebrecht pode ir além de supostos desvios

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Por Sonia Racy
Atualização:

MARCELO ODEBRECHT. Foto: FELIX LEAL/FUTURA PRESS

Divisão em família

O prejuízo causado por Maurício Ferro, cunhado de Marcelo Odebrecht, pode ter ido além dos supostos desvios financeiros para contas de bancos no exterior - dos quais é acusado.

Pessoas próximas a parte da família apontam Ferro como pivô do aprofundamento do desentendimento entre Emílio e o filho Marcelo.

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Divisão 2

Casado com a irmã do ex-presidente do grupo, Ferro teria aproveitado a desconfiança mútua para truncar a comunicação entre Emílio e o então preso de Curitiba. Na época, o diretor jurídico do grupo trabalhou como advogado de Marcelo.

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Ele teria dito a este que Emílio não queria o acordo de delação premiada. E, a Emílio, que Marcelo rejeitava a hipótese de acordo de delação premiada.

Motivo? Estaria interessado em retardar ou mesmo evitar o acordo.

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Fonte próxima a Ferro, entretanto, diz que essa hipótese não é factível. E explica: visitavam Marcelo, na prisão, parentes e advogados que também poderiam ser interlocutores entre pai e filho e desfazer qualquer manipulação.

Divisão 4

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Atribuem-se também, a Ferro, três outros "pecados": a destruição das chaves do sistema MyWebDay, a classificação dos e-mails da Braskem como sigilo advogado-cliente e o acordo fechado com as autoridades americanas exclusivamente com informações do Brasil -- e não por meio de investigação feita pela Justiça dos EUA.

O que, segundo fonte da família, poderia até encontrar novos criminosos que não integravam a lista.

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E mais: essa "precipitação" teria antecipado em pelo menos três anos a divulgação, pelos americanos, das informações apuradas pela Justiça brasileira.

Pegando de surpresa funcionários da Odebrecht no exterior, obrigando-os a fugir dos países em que moravam e gerando prejuízos mundo afora.

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Divisão 6

Hoje, na Câmara, a CPI do BNDES ouve Maurício Ferro e Emílio Odebrecht.

O depoimento de Emílio, em sessão reservada. Neste caso, apenas parlamentares terão acesso ao encontro.

Escolinha

Políticos pouco qualificados, longas falas para as redes sociais e Voz do Brasil, espetacularização, adiamento de discussões urgentes. Essa foi a impressão do professor da FGV Marco Antonio Teixeira sobre a audiência de Moro, ontem, com deputados na CCJ da Câmara. As poucas perguntas sérias dirigidas ao ministro, resumiu, "eram as mesmas do Senado há 15 dias".

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Estão na fila de espera da Casa decretos como o das armas ou das novas normas do CNH, para citar só dois, lembra Teixeira. Ele dá razão ao presidente da comissão, Felipe Francischini, que a certa altura chamou o debate de "escolinha do Professor Raimundo".

Dilma no telão

O produtor Marcelo Torres, de Central do Brasil e Budapeste, já trabalha em filme sobre o impeachment de Dilma. Seu plano é escolher um diretor por volta de setembro.

A ideia é misturar documentário com ficção e empenhar-se em obter financiamento privado.

Recalculando

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Foi a Paper Excellence que entrou na Justiça, há um ano, contra a J&F dos irmãos Batista.

E não o contrário, como informou ontem a coluna.

Leia mais notas da coluna:+ Disputa se intensifica e acordo de J&F e Paper Excellence fica distante+ Função da Caixa não é só 'ser rentável', diz seu presidente

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