A sorveteria Glidah, em Santa Cecília (SP), vem sofrendo de ataques de cunho antissemita em sua página no Instagram. Segundo Ronny Trojbicz, proprietário do local e administrador do perfil do Instagram, comentários antissemitas são postados desde a inauguração do espaço, em dezembro do ano passado.

Antes, Ronny costumava apagar as postagens, mas agora resolveu mantê-las “para que todos vejam quem está fazendo isso”, diz. “Não vou apagar mais. Quem escreve esse tipo de coisa tem que ficar exposto”, diz. Ele conta que, para ele, o mais difícil é ser chamado de genocida. “Acho que isso fere qualquer judeu”.
A situação viralizou na semana passada, depois que a influencer carioca Marina Muller chamou a atenção para o caso. Desde então, o perfil da sorveteria também passou a receber centenas de comentários de apoio. “Isso já vinha acontecendo: alguém fazia uma postagem de ódio e os clientes respondiam, mas no fim de semana, depois do vídeo viralizar, aumentou bastante”.

Depois de um comentário onde se lia ‘Heil Hitler’ em hebraico ter sido postado no perfil, dezenas de pessoas se revoltaram, incluindo o ator Luciano Szafir, que desafiou o usuário a ter coragem de fazer o comentário antissemita na porta da casa dele.

“Apesar dos muitos comentários online, nunca houve nada assim na sorveteria. Nunca fui xingado pessoalmente”, diz Ronny. Mesmo assim, ele afirma que existe sim um boicote a estabelecimentos judaicos. “Eu sei de gente que chama amigo para ir a um restaurante judaico e a pessoa diz que não vai justamente por ser de um judeu. Os judeus no Brasil não tem nada a ver diretamente com o que acontece em Gaza e em Israel”.