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Opinião|Futuro da Orquestra Sinfônica Brasileira Ópera Repertório segue indefinido

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A Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira e representantes do Sindicatos dos Músicos do Rio de Janeiro não chegaram, na reunião realizada na tarde hoje, a um consenso sobre o futuro da OSB Ópera & Repertório.

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A orquestra foi criada em 2011 após polêmica em torno da demissão de quarenta músicos da Sinfônica Brasileira, mas o contrato que previa suas atividades terminou em agosto. Desde então, as partes têm tentado, sem sucesso, chegar a um acordo que, segundo a assessoria da fundação, ficou para a semana que vem.

Algumas opções estão em jogo. Uma delas seria a fusão das duas orquestras, ou seja, os músicos voltariam para a Sinfônica Brasileira, o que levaria a uma economia de custos. Os músicos da Ópera & Repertório, no entanto, têm duas reivindicações: a manutenção da separação dos grupos e um aumento salarial.

Relembre o caso

No início de 2011, a Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira convocou os músicos do grupo para uma prova de reavaliação de desempenho. Cerca de 40 artistas se negaram a fazer o teste, afirmando que ele tinha um caráter autoritário e que seria apenas um recurso para culpar os artistas por uma demissão em massa no grupo. Eles tentaram reverter na justiça a obrigatoriedade das provas. Não conseguiram, mas se recusaram a comparecer de qualquer forma - e a fundação, então, resolveu demiti-los por justa causa.

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A direção da orquestra refutou, na época, a versão dos músicos. Segundo a fundação, as provas não tinham como objetivo demissões. Além de fornecer um feedback individual, o processo também ofereceria a cada músico, garantiram, a possibilidade de reposicionamento dentro dos naipes. A fundação ressaltou ainda que tentou diversas vezes negociar, sem sucesso, com os músicos, oferecendo inclusive um plano de demissões voluntárias. O caso teve repercussão internacional - solistas como Joshua Bell, violinista norte-americano, cancelaram suas apresentações com a sinfônica em apoio aos músicos, assim como representantes de diversos conjuntos europeus emitiram comunicados questionando a decisão de reavaliar os artistas O caso acabou resolvido com a formação de uma nova sinfônica, a OSB Ópera & Repertório, que abrigou os músicos que seriam demitidos durante duas temporadas.

Opinião por João Luiz Sampaio

É jornalista e crítico musical, autor de "Ópera à Brasileira", "Antônio Meneses: Arquitetura da Emoção" e "Guiomar Novas do Brasil", entre outros livros; foi editor - assistente dos suplementos "Cultura" e "Sabático" e do "Caderno 2"

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