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Dilbert: após falas racistas de criador, tirinhas são canceladas por jornais dos EUA

Em vídeo, Scott Adams se referiu aos negros como um ‘grupo de ódio’, disse que não iria mais ‘ajudar negros americanos’ e que pessoas brancas deveriam ‘ficar bem longe das pessoas negras’

Por AP
Atualização:

Diversos veículos de mídia dos Estados Unidos estão retirando os quadrinhos Dilbert de suas páginas após seu criador descrever as pessoas que são negras como membros de “um grupo de ódio racista” durante um programa online.

Scott Adams ao lado de seu personagem, Dilbert, em foto de 2006. Foto: Marcio Jose Sanchez/AP Photo

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Diversos veículos denunciaram os comentários de Scott Adams como racistas, discriminatórios e discurso de ódio ao explicar que não serviriam mais como plataforma de seu trabalho.

A Andrews McMeel Syndication, que faz a distribuição de Dilbert, não respondeu imediatamente aos pedidos por comentários de Adams ou da empresa sobre seus comentários. Dilbert é um quadrinho que existe há bastante tempo e brinca sobre a cultura de escritório.

A reação começou após o episódio da semana passada do programa de YouTube Real Coffee With Scott Adams. Entre outros assuntos, Scott Adams fez referência a uma pesquisa da Rasmussem Reports que perguntou às pessoas se elas concordavam com a afirmação “É ok ser branco”.

A maioria concordou, mas Adams ressaltou que 26% dos negros que responderam discordaram e outros não tinham certeza.

A Liga Anti-Difamação alega que a frase foi popularizada em 2017 como uma campanha de ‘trollagem’ feita por membros do fórum de discussão 4chan, mas começou a ser usada por alguns supremacistas brancos.

Scott Adams, que é branco, repetidamente se referiu aos negros como um “grupo de ódio” ou um “grupo racista” e disse que não iria mais “ajudar negros americanos”. Ele ainda disse que as pessoas brancas deveriam “ficar bem longe das pessoas negras”.

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O USA Today Network tuitou na sexta-feira, 24, que também pararia de publicar Dilbert “por conta dos recentes comentários discriminatórios de seu criados”.

“Essa é uma decisão baseada nos princípios dessa organização de imprensa e a comunidade que nós servimos”, escreveu Chris Quinn, editor do The Plain Dealer. “Nós não somos a casa daqueles que se unem ao racismo. Nós certamente não queremos providenciá-los com suporte financeiro”.

Christopher Kelly, vice-presidente de conteúdo da NJ Advance Media, escreveu que as organizações de imprensa acreditam na “livre e justa troca de ideias”. “Mas quando essas ideias cruzam com o discurso de ódio, um limite precisa ser demarcado”.

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