Editoras acusam Amazon de violação antitruste na Alemanha

Associação alemã se junta na briga contra a Amazon que começa a tomar ares globais

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Editoras alemãs formalizaram uma denúncia contra a Amazon por violar leis de competitividade no país e solicitaram investigação por parte das autoridades.

PUBLICIDADE

A reclamação formal, anunciada nesta terça-feira, 24, vem dois meses depois de a loja virtual ter parado de entregar livros de uma grande editora alemã, a Bonnier Media Group, no meio de uma disputa por descontos nos e-books.

A Associação das Editoras e Livrarias Alemã disse que protocolou a reclamação para o Bundeskartellamt, a autoridade federal antitruste, apontando o que diz considerar abuso do domínio de mercado por parte da Amazon.

"A conduta dos negócios da Amazon não apenas afeta os editores envolvidos, mas oferece perigo a todos que oferecem e-books na Alemanha", diz a Associação na ação."Nós pedimos a abertura de uma investigação e o impedimento das ações da empresa", continua o documento.

A Amazon não respondeu imediatamente aos pedidos de entrevista para comentar o caso.

Se o Bundeskartellamt decidir que a empresa é culpada, ela pode ser multada ou ordenada a mudar seu comportamento no país.

Ativistas protestam em frente a um centro de distribuição da Amazon na Alemanha, em fevereiro de 2013 Foto: Ben Kilb/NYT

No início de maio, autores publicados pela Bonnier perceberam que a Amazon estava atrasando entregas de seus livros, ao mesmo tempo em que notícias de que a loja estava fazendo o mesmo com o grupo editorial Hachette nos EUA. A editora confirmou que estava em negociações com a Amazon sobre os descontos para o comércio de e-books.

Publicidade

A Alemanha é o maior mercado da Amazon fora dos Estados Unidos, sustentando uma parcela entre 50 e 70% do market-share de livros eletrônicos e impressos, de acordo com estimativas da associação de livrarias. Em 2013, a Amazon disse ter faturado 2,6 bilhões de dólares no país.

A Associação, que tem mais 3 mil membros, argumenta que, apesar de o trabalho da Amazon não ser considerado "monopólio", seu tamanho desproporcional e a dependência dos editores nos serviços oferecidos pela gigante americana dá a ela uma "tremenda" proteção. A alegação é que esse tipo de ação deveria ser considerado "extorsão".

"Para os editores, é indispensável ser listado na Amazon, a maior plataforma de venda de livros online na Alemanha", diz a ação. A Associação também alega que muitos leitores usam a Amazon como um catálogo para explorar quais livros estão disponíveis. Se um autor não estiver na lista, o leitor pode assumir que o autor está totalmente fora de circulação.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.