Prêmio Oceanos dá início a uma série de palestras com seus semifinalistas

O evento inuagural, hoje, às 19 horas, tem como convidados o poeta Age de Carvalho e a escritora Paloma Vidal

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Por Redação
Atualização:

O Prêmio Oceanos e o Centro Universitário Maria Antonia iniciam hoje, às 19 horas, no Centro (Rua Maria Antonia, 294, tel. 3123-5200) uma série de encontros com os semifinalistas da premiação deste ano. A primeira mesa traz o poeta paraense Age de Carvalho, autor de Ainda: em viagem e a escritora Paloma Vidal, autora do livro de poemas Dois. Age e Paloma falam sobre suas obras e, em especial, sobre os livros semifinalistas. O encontro tem mediação do poeta e jornalista Heitor Ferraz Mello, jurado de Oceanos e autor, entre outros, do livro de poemas Meu semelhante. E conta com leitura de poemas pelos poetas.

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Nas trajetórias de Age e Paloma, um fato em comum: ambos apresentam em suas obras a marca do deslocamento e da viagem. São autores que transitam por diversas línguas e culturas, incorporando-as como elemento de suas construções literárias.Paloma Vidal, que já tem uma obra reconhecida em prosa, como os romances Algum Lugar, Mais ao Sul e Mar Azul, nasceu em Buenos Aires, em 1975, e mora no Brasil desde os dois anos de idade. É no cruzamento dessas duas culturas que ela elaborou a sua voz, tratando da experiência do exílio e da opressão de regimes autoritários, como os vividos na Argentina e no Brasil, nos anos 1970.

Para esse encontro, ela apresenta uma outra face de sua obra: a poesia. No ano passado, ela lançou Dois [lugares onde não estou] e Durante [lugares onde não estou], ambos pela editora carioca 7 Letras. Os livros trazem vários registros do cotidiano, como se fossem um diário de seu deslocamento, um mapa de viagem exterior e interior. Em Dois, o tema mais frequente é o da relação familiar, com diálogos e situações com os filhos, naquele momento em que eles começam a descobrir as possibilidades líricas e as ambiguidades da linguagem.

Age de Carvalho é certamente um dos autores mais importantes da poesia brasileira contemporânea. Há trinta anos morando na Europa, onde trabalha como artista gráfico para diversas publicações austríacas e alemãs, Age desenvolveu uma poética bastante particular, com uma linguagem densa e concisa, em que a experiência é transmitida por meio de sensações elípticas e entrecortadas. Nascido em Belém do Pará, em 1958, ele estreou em 1980, com Arquitetura dos Ossos. Sua poesia foi reunida em 1990, no volume Ror. Vieram mais algumas coletâneas, como Caveira 41 e Trans. Em 2015, ele lançou Ainda: em viagem”(Editora da UFPA), semifinalista este ano do Prêmio Oceanos. Neste livro, percebe-se o trânsito entre memória pessoal e sensações do presente, delineado por um bico de pena que busca desenhar entre a palavra e o silêncio as paisagens interna e externa. A linguagem vibrante da poesia ora se volta para expressões regionais (do Pará), ora absorve traços estilísticos da língua alemã, intensificando este fluir entre passado e presente.

 

 

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