Silviano Santiago vence o Prêmio Oceanos com o livro 'Mil Rosas Roubadas'

Foram premiados, ainda, na noite de terça-feira, 8, os escritores Elvira Vigna, Alberto Mussa e Glauco Mattoso

PUBLICIDADE

Foto do author Maria Fernanda Rodrigues

Misto de biografia, autobiografia e ficção, Mil Rosas Roubadas (Companhia das Letras), de Silviano Santiago, foi escolhido pelo júri do Prêmio Oceanos como o melhor livro escrito por um autor de língua portuguesa publicado no Brasil em 2014. Trata-se da história de amizade entre o escritor e crítico literário e o produtor musical Ezequiel Neves - do primeiro encontro, na adolescência, em Belo Horizonte, à derradeira despedida, num hospital carioca. Silviano Santiago, que concorreu ainda ao Prêmio São Paulo, ganhou R$ 100 mil.

PUBLICIDADE

A premiação de Mil Rosas Roubadasna noite de terça, 8, no Auditório Ibirapuera, é o reconhecimento do valor da obra, mas é, também, simbólica. Herdeiro do Portugal Telecom e organizado agora pelo Itaú Cultural em parceria com Selma Caetano, o Oceanos não quer se prender a gêneros - e romances, contos e poemas concorreram entre si.

Elvira Vigna, com Por Escrito (Companhia das Letras), ficou em 2.º lugar e ganhou R$ 60 mil. Alberto Mussa, autor de A Primeira História do Mundo (Record), ficou em 3.º  e levou R$ 40 mil, e o poeta Glauco Mattoso foi o 4.º colocado, com Saccola de Feira, e ganhou R$ 30 mil.

O escritor Silviano Santiago Foto: Daniel Teixeira|Estadão

Na cerimônia, apresentada por Lourenço e Lucimar Mutarelli, os poetas finalistas subiram ao palco para ler trechos de suas obras. Já os contistas e romancistas responderam a duas perguntas do casal: se a primeira frase do livro foi a primeira que escreveram e como chegaram ao título dos livros.

Publicidade

"Perdi o meu biógrafo". É assim que Silviano Santiago começa seu Mil Rosas Roubadas - que remete a um verso de Exagerado, composição de Ezequiel e Cazuza. "Esse início representa o momento em que o narrador perde a pessoa que lhe é mais querida. É quando descobre que está perdendo a si mesmo", explica o autor, que diz que seu livro é uma obra sobre sobrevivência.

Também durante o anúncio dos premiados, a curadora Selma Caetano anunciou que em 2016 o prêmio será aberto a todos os livros publicados em primeira edição em qualquer país lusófono, mesmo que não tenha edição no Brasil.

Da esquerda para a direita, os premiados: Alberto Mussa (3ºlugar), Glauco Mattoso (4º lugar), Elvira Vigna (2º lugar) e o grande vencedor Silviano Santiago. Foto: Daniel Teixeira|Estadão

Concorreram, ainda, nesta última etapa os seguintes livros: A Calma Dos Dias, de Rodrigo Naves (Companhia das Letras); A Desumanização, de Valter Hugo Mãe (Cosac Naify); Dez Centímetros Acima Do Chão, de Flavio Cafieiro (Cosac Naify); O Homem-Mulher, de Sérgio Sant'Anna (Companhia das Letras); Ondas Curtas, de Alcides Villaça; O Irmão Alemão, de Chico Buarque (Companhia das Letras); Querer Falar, de Luci Collin (7 Letras); Tempo De Espalhar Pedras, de Estevão Azevedo (Cosac Naify); Totem, de André Valias; e Um Teste de Resistores, de Marilia Garcia (7 Letras).  O júri final foi formado por Eduardo Sterzi, Eliane Robert Moraes, Eneida Maria de Souza, Ítalo Moriconi, Josélia Aguiar, Luiz Costa Lima, Regina Zilberman e Sergio Alcides. Os curadores são Noemi Jaffe, Rodrigo Lacerda e Selma Caetano. No total, 598 obras foram inscritas nesta edição do prêmio.  

VENCEDORES

Publicidade

1º lugar Mil Rosas Roubadas, de Silviano Santiago

2º lugar Por Escrito, de Elvira Vigna

3º lugar A Primeira História do Mundo, de Alberto Mussa

4º lugar  Saccola de Feira, de Glauco Mattoso

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.