MAM mostra fotos do seu acervo

Exposição com curadoria de Ivo Mesquita e Margarida Sant´Anna destaca 100 das 600 imagens de propriedade do museu

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Apesar de Ivo Mesquita ter se desligado do cargo de curador-técnico do Museu de Arte Moderna de São Paulo há cerca de 15 dias, a nova exposição que a instituição inaugura nesta quinta-feira tem curadoria assinada por ele e por Margarida Sant´Anna. Trata-se da mostra Coleção de Fotografia do Museu de Arte Moderna de São Paulo, com aproximadamente 100 das 600 imagens do acervo da instituição e que são datadas desde a década de 40. Nesta quinta-feira, também, o museu lança um livro sobre toda a coleção, publicação que conta com textos do crítico Tadeu Chiarelli e de Ricardo Mendes, e que teve coordenação editorial dos próprios curadores da exposição. Segundo Margarida, a mostra já estava agendada desde o início do ano, na gestão de Ivo Mesquita. Ela ressalta que a primeira idéia, a prioridade, era fazer o livro, que seria uma forma de registrar todas as aquisições - títulos, datas, técnicas, nomes dos fotógrafos, dimensão -, apesar de contar com reproduções de apenas 150 das 600 fotografias da coleção. "Por isso, o livro não pode ser entendido como um catálogo dessa exposição, já que muitas das imagens não estão presentes na mostra e vice-versa." A coleção do MAM foi iniciada em 1980, juntamente com a 1.ª Trienal de Fotografia do museu, iniciativa que, infelizmente, foi interrompida. As duas primeiras fotografias adquiridas foram de Miguel Rio Branco, informa Margarida. Depois, a coleção só foi aumentar em 1985, quando o museu realizou a 1.ª Quadrienal de Fotografia, outra iniciativa que ficou só na primeira edição. Foi na gestão de Tadeu Chiarelli, entre 1996 e 2000, que a coleção recebeu mais incentivo, sobretudo em relação à fotografia contemporânea. A ampliação do acervo teria como proposta comportar "um caminho plural, interessado em sublinhar a presença de grandes nomes da fotografia brasileira ´pura´ e aquela ´contaminada´", como escreve Chiarelli no texto presente nesse novo livro. Por fotografia contaminada está subentendido ser aquela que mistura a fotografia com outras modalidades artísticas, como performances e instalações, entre outras. Foi nessa época que a coleção recebeu obras de Claudia Jaguaribe, Rosângela Rennó, Rubens Mano e Mauro Restiffe, por exemplo. Mais tarde, segundo Margarida Sant´Anna, a gestão de Ivo Mesquita teve a preocupação de incorporar, também, algumas fotografias mais "históricas". Foi nessa época que foram adquiridas obras de Thomaz Farkas e Geraldo de Barros, que, segundo texto de Chiarelli, "representam, com máxima autoridade, a melhor fotografia de caráter experimental e moderna, engendrada no Brasil, a partir dos anos 50". Para esta exposição, a primeira que mostra uma visão abrangente da coleção abrigada na sala principal do museu, Margarida conta com novíssimas aquisições, como fotografias de Cristiano Mascaro, Amilcar Packer e Claudia Andujar. Parede - Também nesta quinta-feira será apresentada ao público a instalação da artista e historiadora Anésia Pacheco e Chaves, feita para o Projeto Parede, criado por Chiarelli, e que tem como proposta ocupar o espaço em frente ao restaurante do museu. A obra inédita, intitulada Entre Lençóis, é composta por objetos como arcos, assemblages e lençóis e tem como tema a "anemia emocional do pós-modernismo", como diz a artista de 70 anos. Serviço Coleção de Fotografia do Museu de Arte Moderna de São Paulo. De terça, quarta e sexta, das 12 às 18 horas; quinta, das 12 às 22 horas; sábado, domingo e feriado, das 10 às 18 horas. R$ 5,00 (estudantes com carteirinha pagam meia/ maiores de 65 e menores de não pagam/ grátis às terças e às quintas, após as 17 horas). MAM. Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n.º, Parque do Ibirapuera, portão 3, tel. (11) 5549-9688. Até 4/8. Abertura às 19 horas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.