Alguém me perguntou o que leva os lexicólogos a negarem sugestões do MP.
Arrogância.
Onipotência.
Como donos da língua que nós, o povo, criamos.
Como gramáticos fundamentalistas, que querem ensinar a quem inventa e reinventa a língua o que é certo e errado.
A língua é viva, está sempre em mutação, recebe influências, adora novidades, modismos e estrangeirismos.
A língua é uma eterna adolescente, mochileira, inquieta e boêmia.
Não queira tirar dela as palavras deletar, acessar, tuitar, blogar.
Não venha dizer que existem equivalentes nos poetas além-mar.
Agora, chamar "louraça" de prostituta como faz o HOUAISS?
Aí entram valores morais conservadores na definição que deveria ser isenta.
Louraça é a gostosona da praia, do bar, do comercial de cerveja.
Quem disse que por ser exibida é vadia?
Que as louraças se unam e peçam indenizações.
Olha outras do HOUAISS trazidas pelo colega TUTTY VASQUES:
Judeu - "Pessoa usurária, avarenta";
Paulista - "Que ou o que é teimoso, birrento, turrão; muito desconfiado";
Paraíba - "Mulher de aspecto e comportamento masculinos; lésbica; operário não qualificado da construção civil; qualquer nordestino";
Baiano - "Indivíduo originário ou habitante de qualquer dos estados brasileiros, excetuando-se a região Sul; nortista";
Crioléu - "Reunião, ou baile popular, frequentada predominantemente por crioulos";
Louraça - "Mulher que comercializa o próprio corpo, mulher de vida fácil; prostituta";
Mulato - "Sonso"
Turco - "Ambulante que vende a prestações";
Polaca - "Mulher da vida, meretriz";