As lives que ficarão para a história da quarentena

Fenômeno começa a fechar um ciclo, com uma queda de 25% nas audiências nacionais segundo levantamento do Google - veja os grandes momentos

PUBLICIDADE

Foto do author Julio Maria
Por Julio Maria
Atualização:

O enfraquecimento das lives, com uma queda nas audiências em até 25% nesse final de julho, no Brasil, como aponta levantamento do Google, parece sinalizar o fechamento de um ciclo. Como os especialistas diziam no começo do fenômeno, só as grandes ideias bem executadas sobreviverão. A quarentena que segue teve seu pico no seguimento live e, agora, a curva da euforia sobretudo com as superproduções entrou em declínio. Enquanto esperamos que aconteça o mesmo com os gráficos da covid-19, lembramos aqui algumas das melhores lives desse momento histórico também para a música. 

Stones, reunião história em plena pandemia Foto: Captura de tela

Eric Clapton e Maro (26/05/2020)

Guilherme Arantes (19/04/2020)Guilherme não teve produção de marcas de cerveja e não teve uma emissora de TV por trás, mas teve emoção. Captando imagens com seu próprio celular, fez uma live com as músicas que o influenciaram direto de sua casa na Espanha, um dos países devastados pela pandemia. Tocou baladas dos anos 70 e, claro, aquelas que o fez ser quem é desde meados dos anos 1970. Se a live foi a era da verdade, fazendo valer todas as limitações técnicas que esconderam por séculos as limitações humanas, Guilherme estava lá, por inteiro, mostrando quem ele era

Chucho Valdez (22/05/2020)

PUBLICIDADE

O pianista cubano sentou-se ao grande piano de cauda da sala de sua casa, em Havana, e fez uma demonstração de uma das maiores musicalidades em atividade saídas de Cuba. Se viu, reveja. Se não viu, aproveite.

Chucho

tem uma linguagem erudita e ao mesmo tempo contagiante. Observe seus momentos de explosão. Nada pode ser mais incrível quando se fala de latin jazz. Ou, como preferem os cubanos, cuban jazz

Publicidade

Emicida(10/05 2020)

Emicida fez uma live que já foi chamada de “histórica” nas redes sociais: o rapper ficou mais de 8 horas de pé e cantando, uma atrás de outra, 100 músicas da sua caneta (e de parceiros), cujos fonogramas são da Laboratório Fantasma, sua empresa e gravadora. Com uma ação do patrocinador, o montante arrecadado via um QR Code na tela foi de R$ 800 mil, para o Mães da Favela, programa criado pela Central Única das Favelas (CUFA). Foram mais de 900 mil visualizações e cem mil tuítes sobre a maratona.  Participaram da live o DJ Nyack e o cantor Thiago Jamelão, na sede da gravadora, zona norte de São Paulo. (Guilherme Sobota)

Antes de qualquer pandemia dar sinal no planeta, esse grupo, Playing For Change, cruzava o mundo se apresentando e divulgando um trabalho magistral, de reunião de instrumentistas e cantores de várias partes do planeta. No meio da quarentena, então, eles soltaram um desses vídeos. Chan Chan, uma espécie de hino de Cuba, é executado aqui por músicos de muitos países, cada um creditado durante a apresentação. Vale a pena ser visto com ou sem quarentena. 

Alcione (20/04/2020)

Apenas a primeira de uma série de lives que a grande artista fez para arrecadar alimentos e materiais de higiene para instituições e famílias do Rio de Janeiro e do Maranhão. Com Alvinho Santos e Jorge Cardoso, Marrom fez um passeio pelos sambas que marcaram sua carreira, defendeu uma frente democrática a favor da democracia brasileira e pregou pela tolerância religiosa. Uma rainha. (Guilherme Sobota)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.