PUBLICIDADE

Banda Luni rompe silêncio de dez anos

O grupo, que brilhou nos anos 80 com Marisa Orth nos vocais e gravou apenas um disco, faz três shows neste fim de semana em São Paulo, no Sesc Pompéia

Por Agencia Estado
Atualização:

Eles não cantavam juntos havia dez anos. Formaram uma das bandas paulistas mais famosas dos anos 80, assim como Os Mulheres Negras e Nouvelle Cuisine, pelo experimentalismo musical, diversidade de sons e performances. Para quem se lembra da banda Luni - e também para aqueles que não a conheceram - este fim de semana trará uma das poucas oportunidades para rever juntos seus nove integrantes e conferir a originalidade de um grupo sem estilo musical definido, mas com influências que vão do jazz a sons afro-tribais, passando por funk, reggae, blues e rock, com leve domínio da música negra. Serão três shows no Sesc Pompéia, de sexta a domingo. O grupo Luni nasceu em 1986, em pleno "boom" do rock nacional nos palcos paulistanos e durou até 1992. Ele veio com um proposta diferente: experimentar a música e ficar de longe de qualquer estilo comercial. Além disso, reuniu oito pessoas que vinham de áreas como arquitetura, artes plásticas, literatura e, claro, música. Não se trata de um retorno e sim de uma "comemoração" do grupo. O pretexto da volta foi o lançamento, em setembro passado, do CD da banda num pacote intitulado Arquivo Warner, em comemoração aos 25 anos da gravadora no Brasil. A comemoração demorou por problemas de agenda. Na última década, os lunis tomaram rumos diferentes na vida profissional. André Gordon é web designer em Nova York, Fernando Figueiredo é produtor musical, Gilles Eduar virou escritor de livros infantis, Lloyd Bonnemaison é saxofonista, Lelena Anhaia toca baixo em alguns grupos, Natália Barros é paisagista e Kuki Stolarsky é um dos músicos do Funk Como Le Gusta. Os outros dois são conhecidos pelo público pela tevê. Marisa Orth está no comando do Sai de Baixo, na GNT, e Théo Werneck foi DJ de Otaviano Costa na Band. "Voltamos para dizer que estamos saudáveis e dispostos a trazer um show no capricho", diz Figueiredo. E para deixar o evento "no capricho", os lunis fizeram mais de 20 ensaios. O repertório do show conta com 14 músicas. Algumas serão tocadas como nos velhos tempos, como Cairo e Johnny. "As outras músicas terão uma cara mais atual, mas mantendo aquela mescla de informações e sons", explica Théo. A banda também cantará sucessos de outros grupos e abrirá espaço para clássicos como More, jazz gravado por Frank Sinatra que será tocado por André Gordon. Sem um repertório fechado, os lunis levarão para o palco a cantora carioca Aricia Mess e o músico Caio Muniz, que substitui André e Fernando no teclado. Mas as surpresas não param por aí. Além das inúmeras trocas de roupas durante a apresentação, eles prometem um show de performance e uma instalação na entrada do saguão, com vídeos mostrando apresentações da Luni e de outras bandas. "Tudo isso para remeter à diversidade cultural, sexual, global que a banda sempre foi", explica Marisa Orth. O retorno? "O suficiente para compensar os R$ 8 mil que investimos nessa festa e, se possível, com uma platéia lotada", diz Natália. Se hoje o dinheiro não faz tanta diferença, no começo a falta de um contrato com uma gravadora foi um aperto para os oito integrantes (só em 89 o baterista Kuki Stolarsky entrou na banda), que começaram os shows no Espaço Off e no teatro Mambembe. A banda chegou a fazer 200 shows em capitais como São Paulo, Curitiba e Porto Alegre sem ao menos ter contrato. Depois de um especial musical na extinta tevê Manchete, os lunis atraíram as gravadoras e, em 1988, lançaram seu primeiro álbum. Suas músicas viraram trilhas de novelas como Que Rei Sou Eu, da Globo, e Carmem, da Manchete. De volta à realidade paulistana, os nove lunis prometem, antes de mais nada, diversão. E muito som, claro. Luni - Teatro Sesc Pompéia (Rua Clélia, 93). Amanhã e sábado, 21h. Domingo, 18h. Ingressos: de R$ 7,50 a R$ 15,00.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.