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'Eu não evoluí. Já nasci grande e continuei grande', diz Liam Gallagher

Liam Gallagher fala sobre a carreira solo, família, rock e Oasis, e diz que gostaria de se reconciliar com o irmão Noel Gallagher por sua mãe

Por Jonathan Landrum Jr.
Atualização:

Passei alguns minutos com Liam Gallagher e ficou claro que o roqueiro não perdeu imensa autoconfiança, incluindo o direito de se incluir entre os grandes na história do rock. Mas Gallagher admite que a saída da banda – não da Oasis, mas da Beady Eye em 2014 - deixou-o mais humilde e pronto para se afastar temporariamente da música. Segundo ele, deixar a dinâmica da banda de lado lhe permitiu “enxugar um pouco do leite” que derramou na vida.

“De vez em quando você precisa se afastar do que está fazendo, seja o que for”, disse ele. “Eu precisava de uma folga e meus fãs precisavam de uma folga de mim.” Desde então, Gallagher tem focado numa carreira solo, que resultou no lançamento em  2017 de As You Were e recentemente de seu segundo álbum solo de estúdio, Why Me? Why Not, que estreou no topo das paradas no Reino Unido.

Liam Gallagher, no Festival de Glastonbury, em junho Foto: Henry Nicholls/Reuters

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O cantor-compositor despontou para a o estrelato do rock com seu irmão mais velho Noel Gallagher, nos anos 1990, com o grupo Oasis, que deixou hits como Wonderwall, Live Forever e Supersonic. Noel deixou a banda em 2009, acusando Liam de estar numa ressaca que os forçou a cancelar um concerto. Liam negou a acusação e processou o irmão.

O relacionamento não foi restaurado, mas Liam Gallagher disse que quer a reconciliação em nome da mãe. Numa entrevista recente, ele falou à Associated Press sobre o atual estado do rock e de como gostaria que transcorresse uma reunião com o irmão.

Como anda o rock? Continua vivo?

Sim. Pode não estar vendendo tanto quanto dance music, rap ou qualquer m... que esteja vendendo hoje. Há algumas boas bandas de guitarra. Ano após ano, década após década, ouço dizer que o rock acabou. Não acabou. Vai viver muito.

Como você vê a diminuição de bandas de guitarra tradicionais em relação à música eletrônica e até de computador?

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Obviamente, se você não ceder um pouco você não toca no rádio, e se não chegar ao rádio, não vende discos. Há muitas bandas de guitarra de armas em punho que se recusam a se comprometer com qualquer coisa. Às vezes é preciso ceder um pouco. Se você fizer um som estilo 1967, não vai chegar ao rádio.

Qual é seu nível de comprometimento?

Meu comprometimento é com o som. Quando estava numa banda chamada Beady Eyue, o som era muito 1967 e não tocava em lugar nenhum. Não era uma banda ruim, mas soava definitivamente retrô.

Como foi desabafar sem  seu recente documentário ‘Liam Gallagher: As It Was’?  

É bom tirar algum peso dos ombros. Há sempre pessoas semeando mentiras só por semear.

O que seu irmão Noel achou do documentário?

Acho que ficou chateado, mas ele vai ter de aceitar. Não ligo para o que possa pensar.

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Você gostaria de acertar as coisas com Noel?

Sim, mas apenas pela relação entre irmãos, não pelo Oasis. O mais importante é que ele e eu somos irmãos. Tenho um outro irmão que não fala nada. Mamãe está viva e sofre com nosso rompimento. Noel acha que estou desesperado para reunificar a banda por causa de dinheiro, mas eu não me juntei à banda por dinheiro. Entrei para me divertir e conhecer o mundo.

Num mundo perfeito, como você gostaria que as coisas corressem entre vocês dois?

Gostaria que ele viesse a minha casa, se ajoelhasse, dissesse “sinto muito” e talvez trouxesse um bolo com uma velinha... Brincadeira! Gostaria mesmo é de que ele e eu saíssemos para uma cerveja e puséssemos tudo para fora. Não acho que ele queira uma grande discussão. Afinal, não chutei seu gato. Não sei qual é o problema dele. Acho que ele simplesmente quis sair para uma carreira solo, ganhar dinheiro e viver rodeado de gente que só diz sim senhor! Comigo ele não podia fazer isso.

Como você evoluiu ao longo dos anos?

Eu não evoluí. Já nasci grande e continuei grande durante todo o percurso.

TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ 

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