Fafá de Belém reclama de ausência do Norte no Rock in Rio: ‘Não faz parte do Brasil?’

Festival anunciou dia exclusivamente brasileiro nesta segunda, 29, mas deixou artistas da região de fora; evento diz estar em negociação com artistas de outras regiões do País

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Por Sabrina Legramandi
Atualização:

A cantora Fafá de Belém criticou a ausência da região Norte no Dia Brasil, anunciado pelo festival Rock in Rio nesta segunda-feira, 29. A data, marcada para 21 de setembro, terá 73 atrações de 14 gêneros musicais ou estilos, mas deixou artistas da região de fora.

O Estadão entrou em contato com a assessoria do festival, que disse estar em negociação com artistas de outras regiões do País, incluindo a Norte. “O line-up do dia 21 de setembro, como anunciado durante coletiva de imprensa na tarde de ontem, apesar de divulgado, ainda está em construção e em formação”, afirmou. Leia mais abaixo.

Fafá de Belém critica ausência de artistas do Norte do Brasil no dia exclusivamente brasileiro do Rock in Rio. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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“A Amazônia não faz parte do Brasil? A cultura amazônica, nortista, não é parte deste país?”, questionou Fafá em uma publicação feita no Instagram nesta terça, 30. Ela citou nomes que poderiam estar no line-up do evento, como Dona Onete, Gaby Amarantos, Joelma e Aíla.

“Onde estou eu?”, perguntou, citando diversas manifestações artísticas do Norte que também poderiam estar representadas no festival, como as guitarradas do Pará, o tecnobrega e os artistas indígenas. “O Norte será sempre visto como peça decorativa de festas da elite? É muito triste sentir na pele a força da realidade batendo na nossa cara”, escreveu.

A artista lamentou que o maior festival de música do Brasil tenha um dia dedicado à música brasileira que “nos coloca [artistas do Norte] da porta para fora”. “Mais uma vez, nos provam que o Norte continua sendo um artigo folclórico usado como e quando querem, para uma imagem ‘cool’. Pertencimento é muito diferente do uso por conveniência. Nós aprendemos isso a duras penas, e exigimos respeito”, disse.

O Dia Brasil foi anunciado durante evento para a imprensa na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro. Cada ritmo ou estilo terá, no total, aproximadamente uma hora e meia de shows, e cada atração vai cantar cerca de três músicas, segundo a organização.

Será a primeira vez que artistas da música sertaneja, estilo mais ouvido no País, irão cantar no evento. A principal atração do gênero será a dupla Chitãozinho & Xororó, mas também vão se apresentar Ana Castela, Luan Santana, Simone Mendes, Junior (filho de Xororó) e a Orquestra Heliópolis.

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Também haverá outros nomes de outros estilos, como Capital Inicial, NX Zero, Zeca Pagodinho, Lulu Santos, Marcelo D2, Livinho e Buchecha. Nos demais dias, o Rock in Rio mescla músicos e bandas estrangeiras, como Deep Purple, Mariah Carey e Ed Sheeran, e brasileiras, como Ivete Sangalo, Belo, Iza, Planet Hemp, Os Paralamas do Sucesso e Barão Vermelho.

Nota do Rock in Rio

Em nota enviada ao Estadão na terça, o festival disse estar em negociação com artistas de diferentes regiões do País, incluindo a Norte, e que o line-up do Dia Brasil ainda está “em construção e em formação”. “[A organização] reforçou que trará novidades e surpresas até o dia da apresentação”, afirmou.

Leia a nota completa:

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“O line-up do dia 21 de setembro, como anunciado durante coletiva de imprensa na tarde de ontem (29), apesar de divulgado, ainda está em construção e em formação. Artistas de outras regiões do país, entre elas a Norte, estão em negociação com a organização, que, como reforçou, trará novidades e surpresas até o dia da apresentação.

O Dia Brasil propõe um grande movimento social, de união e respeito de todos, com engajamento e direitos da música Deixa o Coração Falar, revertidos para duas causas sociais, e em parceria com o Ação da Cidadania e a Gerando Facões. O formato único dos shows deste dia, que envolve diversas colaborações inéditas entre os artistas, traz com ele desafios artísticos e logísticos significativos. Importante destacar que o Rock in Rio olha para a diversidade como um todo no line-up de todos os palcos e um exemplo disso foi o Show Para Pop, já realizado no Palco Susnet, capitaneado por Fafá de Belém com grandes nomes do Pará, e que se tornou um dos shows mais emblemáticos da história deste palco.”

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