Lollapalooza 2023: The 1975 faz do festival seu próprio pub inglês e cativa publico

Entre goles de vinho e tragadas de cigarro, vocalista Matt Healy promete retorno em janeiro aos fãs

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Por Ana Lourenço
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Como se estivesse em um pub diretamente de Manchester, na Inglaterra, o The 1975 fez com que o público ignorasse as outras apresentações do Lollapalooza 2023. Isso porque Matt Healy, o vocalista do grupo, fez questão de fazer com que cada fã se sentisse como um velho amigo dele.

Assim, fumou, bebeu, abriu um vinho e até marcou um encontro no futuro com quem o assistia. “Eu não sei ser um rock star fora de contexto. Mas adoraríamos voltar pra cá se vocês quiserem. Talvez em Janeiro”, disse.

Show do The 1975 no Lollapalooza Brasil 2023 Foto: Ana Lourenço/Estadão

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A banda inglesa, que faz uma mistura de pop rock e Indie, faz músicas desde 2002, mas ‘estourou’ realmente em 2013, com o álbum homônimo The 1975. Apesar disso, pouco do set list do show foi preenchido com músicas do disco. O grupo dividiu bem entre várias das canções compostas ao longo da década de sucesso.

A postura em cima do palco pode ser vista como controversa. Healy fez questão de acender cigarros e abrir um vinho com a boca para dar uns goles entre uma música e outra. Apesar disso, não errou nenhum tom ou notas na guitarra que se arriscou em tocar. “Nós somos o 1975 e eu serei seu capitão essa noite”, afirmava, bem seguro de si.

E estava, realmente. Sua presença de palco era surpreendente. E mesmo aqueles que não são fãs do grupo não conseguiam tirar o olho do palco para descobrir a próxima peripécia do vocalista. Em um determinado momento, roubou a câmera do cinegrafista que reproduzia o show no telão e saiu pulando pelo palco. “Vamos todos pular”, comandava ao público.

A atitude mais “fora dos padrões” já era esperada pelos fãs. Se em alguns shows o vocalista ‘rouba’ beijos de pessoas aleatórias da plateia, em outros come uma carne crua.

As amigas Giovanna e MAitê no show do The 1975 no Lollapalooza Brasil 2023 Foto: Ana Lourenço/Estadão

“Eu acho que é uma persona. Até falo que no cantil dele deve ter água, porque acho que é uma performance”, contou a historiadora Maitê Ritz, de 22 anos. Ela escuta a banda desde 2012, junto com a amiga de infância Giovanna Serkes, de 22 anos. “Compramos (o ingresso) antes de saber (o lineup), mas depois que descobrimos que eles viriam, é a banda que eu mais queria ver”, completou.

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Enquanto Giovanna adora a individualidade da banda, Maitê é apaixonada pelo talento musical. “Eles usam determinados pedais e sintetizadores, das guitarras principalmente, que são bem diferentes. A proposta da banda, desde o começo, era fazer música ruim para ver se vendia. Era uma coisa que eles brincavam, e conforme eles foram crescendo eles amadureceram as composições deles, sem perder essa raiz da música para incomodar”, conta.

Até o próprio nome da banda causa um certo incômodo. Já se chamaram Talkhouse, Bigsleep, Drive Like I Do, até que se decidiram com The 1975, por conta de um diário que Healy encontrou e que tinha uma poesia datada de 1º de Junho de 1975. Mas incomodando ou não, não houve uma pessoa que não foi impactada pela performance.

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