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Mick Jagger fala sobre a experiência de trabalhar como produtor

Líder dos Stones se aventura em produções cinematográficas

Por Mesfin Fekadu
Atualização:

NOVA YORK - A próxima vez que veremos o nome de Mick Jagger não será nos créditos de música. Mas nos de filmes e séries de TV.

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O vocalista dos Rolling Stones anda muito ocupado com projetos que incluem um filme biográfico de James Brown, Get on Up, e uma série para a HBO ainda sem título, dirigida por Martin Scorsese.

Jagger também está por trás do documentário Mr. Dynamite: The Rise of James Brown, que estreará na segunda-feira na HBO. O ícone do rock disse que lhe pediram para produzir o documentário antes do filme. “Realmente fiquei interessado, mas estava um pouco saturado dos documentários neste momento”, disse o músico de 71 anos, dando uma gargalhada. 

E explicou que o pedido para ele produzir Mr. Dynamite foi feito na mesma época em que estava terminando seu trabalho no documentário sobre os Rolling Stones, Crossfire Hurricane, de 2012. “É algo que consome muito tempo, mas eu respondi ‘sim’, que gostaria de fazer o documentário. Então, acordei na manhã seguinte, e pensei que um longa metragem seria uma ótima ideia.”

Entre os próximos projetos de Jagger estão os filmes Tabloid e Tiny Problems of White People, com Colin Firth. Foto: Ben Macmahon/EFE

Jagger pediu ao diretor Oscar Alex Gibney, vencedor de Oscar, para trabalhar no documentário sobre a vida de James Brown, que morreu em 2006, aos 73 anos. “O fato de produzir o documentário depois da morte de Brown permitiu falar com um pouco mais de liberdade sobre ele”, disse Gibney.

O diretor, cujos créditos incluem Taxi to the dark side, disse ter sido um prazer trabalhar com Mick Jagger. “Tinha ouvido algumas coisas que me deixaram nervoso, mas foi fenomenal. Ele é um bom produtor. Havia escutado rumores inquietantes, mas não foi o que encontrei. Tudo ao contrário.”

Entre os próximos projetos de Jagger estão os filmes Tabloid e Tiny Problems of White People, com Colin Firth. 

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Em entrevista, o cantor disse que o trabalho de produção ajudou-o a enfrentar um ano difícil depois do suicídio da sua namorada L’ Wren Scott.

Como foi sua relação com James Brown?

Não digo que fomos amigos inseparáveis, mas eu o conheci muito cedo em minha carreira. Quando cheguei a Nova York, fui ao Teatro Apollo e passei o dia ali. Apresentei-me e tenho certeza de que ele não tinha nenhuma ideia de quem eu era. Mas foi muito amável comigo. Muito generoso.

Até que ponto ele o influenciou?

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Ele exerceu uma enorme influência em todo o tipo de música. Influenciou os artistas que vieram depois, como Michael Jackson, Prince e depois aqueles dos início do hip hop e outros. Mas também teve muita influência sobre as bandas de rock; não tocávamos necessariamente músicas de James Brown, mas as conhecíamos.

O documentário aborda a música e o ativismo de Brown, mas também fala da violência doméstica, que no filme foi mencionada superficialmente.

Creio que Alex quis se concentrar realmente em duas áreas (música e ativismo), sem ignorar as outras. Poderíamos ter produzido um filme inteiro sobre este assunto: “James Brown foi um drogado que abusava da sua mulher?”. Mas esta é a parte negativa e não queríamos oferecer apenas o aspecto positivo, mas tampouco destacar o negativo. Na verdade, preferimos nos deter em James Brown o músico, o artista. O James Brown ativista, porque aquela foi uma época realmente interessante. Muitos obviamente não a superaram e muita gente a esqueceu, incluindo eu, portanto não destacamos com rigor o aspecto negativo.

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Sobre que outros músicos você gostaria de produzir um documentário?

Pediram para eu me envolver na produção de um filme sobre Elvis Presley adolescente, o que está em andamento. E estou fazendo uma série para a HBO muito orientada para a música. É um drama de ficção. O personagem principal é proprietário de uma gravadora e é sobre a sua vida.

Você deve aparecer na série da HBO?

Não. É uma história que trabalhei com Martin Scorsese. Seria um filme e terminamos fazendo uma série de TV. A trama começa em 1973 em Nova York, portanto uma época extraordinária porque é o começo do punk, o princípio do hip hop, muitas coisas acontecendo.

Este foi um ano sofrido para você. Como está agora?

Estou bem. Todos têm sido atenciosos comigo. Minha família tem me apoiado muito. E tenho trabalhado muito e é isso que tem me amparado, você sabe. Mas estou bem. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO 

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