Foto do(a) blog

De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

'Broker', um Kore-eda no favo de mel

PUBLICIDADE

Por Rodrigo Fonseca
Atualização:

RODRIGO FONSECA Apoiado no carisma de Sang Kang Ho, o astro de "Parasita" (2019), o novo longa-metragem de Hirokazu Kore-eda, o drama sabor favo de mel "Broker" (cujo título em francês é "Les Bonnes Estoiles"), pode virar o jogo no placar de Cannes no sábado. Seria MUITO injusto se ele ganhasse a Palma de Ouro. Mas foi injusta a vitória dele na Croisette, em 2018, com "Assunto de Família", o xaropão que, no original, é "Shoplifters", e, assim mesmo, ele entrou para a História como detentor do troféu máximo do evento francês. Perto de "Armageddon Time", "EO", "Stars at Noon" e "Crimes of the Future" (o melhor, até agora), seu novo trabalho não impressiona tanto. Mas é, de fato, um exercício autoral tocante, com mais vigor do que seus últimos trabalhos, do porte de seu "Pais e Filhos" (Prêmio do Júri cannoise em 2013). Na produção, que se passa na Coreia do Sul, ele narra as peripécias de um par de malandros, donos de uma lavanderia e alfaiataria, que recolhem bebês abandonados e buscam lares para esses nenéns, à custa de um troco. Mas ao se aproximarem de uma mulher acusada de um crime, que quer doar seu filho para adoção, o duo acaba por ensaiar uma forma peculiar de formação familiar. Há uma sequência deles numa roda gigante que é de cortar o coração e enlevar a alma. Só que a condução fotográfica desse enredo peca pela burocracia, como sempre se dá com Kore-eda.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.