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Promessas autorais no júri de San Sebastián

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Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
Cena de "Assim Como no Céu" ("Du Som Er I Himlen") Foto: Estadão

RODRIGO FONSECA Já está definido o júri da 70ª edição do Festival de San Sebastián (16 a 24 de setembro): será presidido pela atriz americana Glenn Close, reunindo cineastas (a francesa Antoinette Boulat e o islandês Hlynur Pálmason); o produtor argentino Matías Mosteirín; o artista visual e realizador do Lesoto Lemohang Jeremiah Mosese; e a escritora Rosa Montero. Junta-se a esse grupo Tea Lindeburg, dinamarquesa que recebeu o prêmio de Melhor Direção do evento espanhol em 2021. Com a vitória espanhola seu longa-metragem de estreia, "Assim Como no Céu" ("Du Som Er I Himlen"), primeiro trabalho no formato após uma aclamada trajetória em curtas e séries de TV (entre elas o cult europeu "Equinox", de 2020), Tea consagrou-se como promessa de renovação para as estéticas audiovisuais escandinavas. Sua estrela, Flora Ofelia Hofmann Lindahl, também saiu do evento ibérico contemplada com troféus: a Concha de Ouro de melhor interpretação, que dividiu (por empate) com a americana Jessica Chastain (laureada por "Os Olhos de Tammy Faye"). Doloroso, o longa de Tea recria a realidade da Dinamarca dos 1800, na ilha de Fiónia (Fyn), uma das maiores do país. Na trama, Flora Ofelia vive Lise, uma adolescente de tem 14 anos. Ela é a mais velha entre os irmãos e também a primeira da família a frequentar a escola, o que a enche de esperanças para o futuro. Porém, quando sua mãe entra em trabalho de parto, a garota não demora a perceber que algo está errado. Conforme a noite avança e o parto prossegue, com urros de dor, Lise começa a compreender que esse dia pode terminar com ela na posição de mulher da casa, tendo sua juventude atropelada por uma tragédia. "É um filme sobre a dificuldade de pertencimento vista sob a ótica de uma mulher, no caso, de uma menina, interpretada por uma atriz que tinha apenas 15 anos nas filmagens", disse a realizadora em entrevista ao Estadão quando o longa, ainda inédito em nosso circuito, passou na Mostra de São Paulo. "Existe, nessa escolha, uma metáfora sobre a questão da menstruação, do desabrochar, dos ritos de passagem da juventude, com suas dores". Para sua abertura, San Sebastián conta com o thriller carcerário "Modelo 77", de Alberto Rodríguez. No encerramento será exibido "Marlowe", de Neil Jordan. Concorrem filmes novos de Sebastián Lelio, Hong Sangsoo, Laura Mora, Christophe Honoré e Ulrich Seidl.

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