PUBLICIDADE

Paulo Coelho pode suceder Jorge Amado na ABL

Por Agencia Estado
Atualização:

Com a morte de Jorge Amado, no início da noite de segunda-feira, está vaga a cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras (ABL), ocupada pelo romancista baiano. Amanhã, a instituição criada por Machado de Assis em 1897 prestará homenagem ao autor de mais de 30 livros que teve obras traduzidas para 55 países em 49 idiomas. Desocupada, a cadeira - cujo patrono é José de Alencar e o primeiro titular Machado de Assis - poderá tornar-se alvo de intensa disputa, tendo como principal candidato Paulo Coelho. Na semana passada, o autor de O Alquimista causou desconforto ao manifestar interesse em ingressar na instituição, em razão da inexistência da vaga. Em resposta, declarou que "se depender de mim, não quero que nenhuma vaga seja aberta. Eu gosto muito das pessoas de lá". Há pelo menos um ano, Coelho vê com simpatia a possibilidade de se tornar imortal. Em entrevista ao JT, em outubro do ano passado, mostrou-se disposto, mas alegou não ter pressa: "Acho a Academia uma instituição respeitável e moderna e fico lisonjeado. Mas há tempo para tudo. O momento não é agora". Procurado ontem pela reportagem, Coelho dissse achar despropositado comentar sua candidatura agora. "É um absurdo. Não quero comentar esse assunto", afirmou por telefone do apartamento onde mora, no Rio. Em 12 anos de carreira, o escritor já vendeu cerca de 30 milhões de livros. Depois de Jorge Amado, é um dos autores brasileiros mais conhecidos no exterior. "Não escrevo sobre o Brasil porque o Jorge já escrevia", diz Coelho. O acadêmico Carlos Nejar mandou avisar que vê com simpatia ter como colega do chá das cinco o alquimista. "Acho legítimo ele ter interesse em ingressar na Academia", disse outro imortal, Sábato Magaldi. A disputa na ABL costuma reunir um time heterôgeneo - de literatos desconhecidos a anônimos querendo aparecer. Alguns nomes da literatura brasileira também são lembrados, como Fernando Sabino, Ferreira Gullar e Ignácio Loyola e Roberto Drummond. Os três primeiros repelem a hipótese de vestir o fardão. Já o autor de Hilda Furacão não a descarta, embora refute a idéia de suceder Jorge Amado, e já tem um candidato: Zélia Gattai. "É uma dívida que a Academia tem com ela. Nada mais justo", disse.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.