Sete fotógrafas mostram a São Paulo moderna no Museu Judaico

Exposição abre nesta sexta, 18, e traz, entre outras, Alice Brill, Hildegard Rosenthal e Madalena Schwartz

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Foto do author Antonio Gonçalves Filho
Por Antonio Gonçalves Filho
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A exposição Modernas! São Paulo Vista por Elas, que será aberta nesta sexta, 18, no Museu Judaico, reúne 80 imagens de sete fotógrafas pioneiras: Alice Brill, Claudia Andujar, Gertrudes Altschul, Hildegard Rosenthal, Lily Sverner, Madalena Schwartz e Stefania Brill.

O êxodo provocado pela perseguição nazista é a história comum dessas fotógrafas que se estabeleceram em São Paulo, fazendo da capital um estúdio aberto. Nele, elas construíram um olhar moderno, humanista. Assim, cada uma, em sua época, renovou o repertório fotográfico, ocupando espaços que eram exclusivos dos fotógrafos homens – como o histórico Foto Cine Clube Bandeirante, núcleo da foto experimental no Brasil, que revelou Gertrudes Altschul, para ficar num único exemplo.

Uma banca de jornais na São Paulo dos anos 1950 segundo a fotógrafa Alice Brill Foto: Instituto Moreira Salles

Selecionadas pelas curadoras Ilana Feldman e Priscyla Gomes no acervo do Instituto Moreira Salles, as imagens de São Paulo das décadas de 1940 a 1990 acompanham desde o ingresso da cidade na modernidade (as fotos de Hildegard Rosenthal) ao universo pós-moderno marcado pela afirmação identitária (caso das fotos de Madalena Schwartz).

A Avenida São João nos anos 1950 em dia de chuva por Hildegard Rosenthal Foto: Instituto Moreira Salles

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“Com seus espíritos ousados e inventivos, cada uma no seu tempo e a seu modo, desenvolveram uma concepção de moderno. Lançando-se em um campo majoritariamente masculino, percorreram essa cidade e seus espaços, experimentando, registrando e construindo novas perspectivas”, observam as curadoras da mostra no texto de apresentação.

Ao retratar tipos e cenas cotidianas da metrópole, as sete fotógrafas acompanharam a evolução da construção civil, as alterações do panorama urbano e a mudança de costumes na grande cidade – Madalena Schwartz, por exemplo, foi pioneira ao registrar o fenômeno do travestismo nos anos 1970, que em pouco tempo deixou o centro para ocupar outros bairros. da cidade.

Madalena Schwartz foi pioneira ao registrar o fenômeno do travestismo nos anos 1970 em São Paulo Foto: Instituto Moreira Salles

“Ainda que afinadas a preceitos estéticos modernos, Alice, Claudia, Gertrudes, Hildegard, Lily, Madalena e Stefania souberam olhar na contramão dos discursos que atrelavam a modernidade a uma monumental sinfonia urbana, deslocando-se criticamente de uma visão desenvolvimentista e ufanista do progresso”, concluem as curadoras Ilana e Priscyla.


SERVIÇO

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MODERNAS! SÃO PAULO VISTA POR ELAS

Museu Judaico de São Paulo. Rua Martinho Prado, 128, Bela Vista. 3ª./domingo, 10h/19h (entrada permitida até 18h). Abre dia 18. Ingressos: R$ 20. Até 30/11.

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