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De Wall Street

Brasil fecha 2014 como quarto país que mais detém títulos do governo dos EUA

País é um dos maiores credores da dívida americana em ranking liderado pela China e Japão; volumes detidos por Brasília somam US$ 256 bilhões

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Por ALTAMIRO JUNIOR

NOVA YORK - O Brasil fechou 2014 como o quarto maior credor individual da dívida dos Estados Unidos no mundo, de acordo com dados do Departamento do Tesouro norte-americano que acabam de ser divulgados. O país encerrou dezembro com US$ 256 bilhões em títulos públicos, ou Treasuries, como são conhecidos os papéis do governo, aumento de 4,2% em relação a igual mês de 2013.

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O ranking dos maiores detentores de títulos do Tesouro dos EUA é liderado pela China, que ao contrário do Brasil, reduziu o volume de papéis no passado. O país asiático tinha em dezembro US$ 1,244 trilhão, ante US$ 1,270 trilhão no final de 2013. Após China, aparecem Japão e Bélgica.

O Brasil é o quarto país individual em volume detido de títulos dos EUA, atrás de China, Japão e Bélgica. Mas quando se consideram blocos de países, o Brasil aparece em sexto lugar no ranking geral. A razão é que o grupo formado pelos países do Caribe aparece em quarto lugar, seguido pelo grupo das economias exportadoras de petróleo. Alguns países do Caribe são conhecidos paraísos fiscais, destino de recursos de várias partes do mundo, que em seguida são reaplicados em papéis do Tesouro dos EUA. Depois do Brasil, aparece a Suíça, com US$ 190 bilhões.

O Brasil passou a ganhar destaque como um dos maiores financiadores do mundo dos EUA quando as reservas internacionais do País começam a crescer. Atualmente elas estão em US$ 372 bilhões. Parte destes recursos estão aplicados em papéis norte-americanos, considerados os mais seguros do mundo.

Com exceção da China, os estrangeiros aumentaram as compras de títulos do Tesouro dos EUA no ano passado. O estoque de papéis detidos no exterior fechou dezembro em US$ 6,154 trilhões, um crescimento de 6,2% em 12 meses. O Japão foi um dos países que aumentou seu estoque, em 4%, para US$ 1,231 trilhão.

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Economistas destacam que a queda dos rendimentos dos títulos públicos na Europa, sobretudo em países como a Alemanha, ajudou a atrair recursos externos para os EUA, principalmente em meio à expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) vai elevar os juros este ano, no primeiro aumento nas taxas desde 2006.

O estrategista do Standard Bank, Steven Barrow, avalia em um relatório a clientes que enquanto a expectativa do Fed é para elevar os juros, outros bancos centrais ao redor do mundo têm reduzido as taxas, o que pode reforçar o movimento de busca por rendimento nos EUA. A trajetória da economia norte-americana e a do resto do mundo tem sido marcada por uma palavra-chave, destaca o economista: a "divergência". Enquanto o crescimento dos EUA se acelera, a zona do euro e Japão patinam.

O aumento do interesse dos estrangeiros pelos Treasuries dos EUA tem feito o dólar se valorizar ante as principais moedas do mundo. Para os economistas do Instituto Internacional de Finanças (IIF, na sigla em inglês), formado pelos maiores bancos do mundo, a tendência é que a moeda norte-americana continue forte nos próximos meses.

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