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Americanas tenta trégua com bancos na Justiça, como fez com BTG

Intenção da varejista é de buscar bandeira branca com seus principais bancos credores, que têm mais de R$ 16 bilhões em empréstimos com a empresa

Foto do author Talita Nascimento
Foto do author Altamiro Silva Junior
Foto do author Matheus Piovesana
Por Talita Nascimento,Altamiro Silva Junior (Broadcast) e Matheus Piovesana (Broadcast)

A Americanas busca uma trégua na Justiça com seus principais bancos credores, que têm mais de R$ 16 bilhões em empréstimos com a rede de varejo. No fim da semana passada, a empresa pediu, juntamente com o BTG, uma suspensão de 30 dias na tramitação de um conflito de competência aberto em janeiro a pedido do banco. A intenção é buscar essa bandeira branca em todos os demais processos e há bancos interessados no tratado. O Bradesco, por seu lado, tem se mostrado mais resistente.

Pelo menos mais um banco credor já sinalizou que pode dar uma trégua, de acordo com fontes. Isso depois de o BTG, um dos que primeiro partiram para o ataque na Justiça - e sem meias palavras, ao menos nas primeiras petições, classificou a operação da varejista como fraude e o modelo de negócios dos três sócios principais como “baseado em fraude” -, ter aceitado a suspensão da tramitação do conflito.

Bradesco, maior credor da varejista, não parece inclinado à pacificação proposta pela empresa Foto: Daniel Teixeira/Estadão - 30/07/2020

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O Bradesco, maior credor, não parece inclinado a essa pacificação. Ainda hoje o banco pediu à Justiça que siga com as perícias que foram aprovadas. A Americanas conseguiu suspender a ordem de busca e apreensão dos e-mails institucionais da empresa, bem como eventuais documentos que tenham sido confeccionados por seus advogados.

O escritório Warde, que representa o Bradesco, solicitou então, que sejam ouvidos os ex-CEOs da companhia Miguel Gutierrez e Sergio Rial, além do ex-CFO André Covre.

Essa suspensão de 30 dias na tramitação com o BTG não indica um acordo em relação às dívidas da companhia com as instituições financeiras. Ao contrário, as conversas seguem sem acordo. Nesse quesito, as negociações avançaram a partir da proposta de injeção de R$ 10 bilhões dos acionistas de referência: Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. No entanto, ainda não foi fechado um valor que agrade a todos. Os bancos, que antes pediam R$ 15 bilhões, agora se veriam atendidos na faixa de R$ 12 bilhões, proposta que ainda não veio.

Enquanto o acordo definitivo não sai, a trégua na Justiça é uma sinalização de paz e de um clima menos belicoso entre as partes. Além disso, mostraria, da parte dos bancos, uma movimentação de não querer ficar para trás em eventuais arranjos que beneficie uma instituição financeira e não outra.

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