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Auxílio emergencial chega tarde e só serve para pagar dívidas

Erros do benefício emergencial também pairam sobre o Auxílio Brasil

Foto do author Adriana Fernandes

Desempregada, a mãe da Isa (7 anos) e do Iuri (2 anos), Franciele Torquato Daves conta com a ajuda da mãe para pagar o aluguel e comprar comida. Quando a pandemia da covid-19 começou, a gaúcha de Tramandaí, cidade praiana do litoral norte do Rio Grande do Sul, se separou do marido.

Somente meses depois, em novembro, ela conseguiu tirar o nome do ex-marido do cadastro único e teve que brigar na Justiça para receber o auxílio emergencial. Em setembro deste ano, conseguiu receber uma parte das parcelas atrasadas do benefício que era emergencial para o enfrentamento da covid-19. Mas os R$ 5.450 que recebeu de uma vez já estavam comprometidos com as dívidas. “Já gastei tudo”, conta ela, que ainda espera receber as parcelas que diz ter direito.

Franciele diz que usou o auxílio emergencial para pagar dívidas acumuladas Foto: Arquivo pessoal

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Sobre o Auxílio Brasil, o novo programa, Francielle sabe pouco, situação que é parecida a de grande parte dos beneficiários do auxílio emergencial que ficaram sem o novo benefício do governo, que substituiu o Bolsa Família. 

Fila 

Sabrina Souza, de Teresina, no Piauí, tem 24 anos, está desempregada há três anos e não sabe como ficará o seu cadastro. “Sou cadastrada no Bolsa e o benefício deveria vir automático. Eu vou no Cras (Centro de Referência de Assistência Social) tentar resolver, mas acho que é perda de tempo, tem uma fila enorme”. 

Segundo Paola Oliveira, diretora institucional da Rede Brasileira de Renda Básica, essas histórias de falta de informação, atrasos de pagamentos e de filas são comuns a milhões de famílias. “O governo segue os erros do auxílio emergencial e nem mesmo os acertos, como diferenciação de benefício para as mães solo, conseguiu manter”.

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