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Bovespa cai mais de 4%, acompanhando mercados mundiais

Sinal negativo acompanha perdas expressivas das bolsas no exterior, refletindo o aumento da aversão ao risco

Por Agência Estado
Atualização:

A abertura em queda de mais de 3% do índice Bovespa futuro na manhã desta segunda-feira, 17, no pregão GTS da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) já sinalizava um dia de cão para os negócios na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Às 10h33, o principal índice da Bolsa já cedia 4,15%, operando abaixo dos 60 mil pontos.   Veja também: BCs injetam recursos para socorrer bancos Crise no mercado global está maior, diz diretor-gerente do FMI JPMorgan compra o Bear Stearns por US$ 236 milhões  Entenda a crise nos Estados Unidos   O sobe e desce do dólar  Veja os efeitos da desvalorização do dólar JPMorgan e Fed intervêm para socorrer seguradora dos EUA           O sinal negativo dos negócios está alinhado com as perdas expressivas das bolsas mundiais, refletindo o aumento da aversão ao risco após o banco americano JPMorgan ter anunciado no domingo a compra do quinto maior banco de investimento dos EUA, o Bear Stearns, a preço de liquidação - US$ 2 por ação -, além do corte emergencial pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) da taxa de redesconto (linha de empréstimos emergenciais) para bancos comerciais em 0,25 ponto porcentual para 3,25% ao ano, em mais uma tentativa para aliviar crise de créditos do país que ameaça empurrar a economia para a recessão.   Esse corte da taxa de redesconto ocorre às vésperas da reunião do Fed, que decide nesta terça-feira o tamanho do corte de juro na taxa básica americana. Nesta segunda, os contratos futuros dos Fed Funds (fundos federais de reservas bancárias) ampliaram de 36% para 94% esta manhã a possibilidade de corte de um ponto porcentual, derrubando a taxa para 2% ao ano.   A reação dos investidores está sendo muito ruim como se vê pelo comportamento dos índices futuros em Nova York, onde os futuros do Nasdaq e do S&P registravam baixa de mais de 2%. Em Hong Kong, a Bolsa despencou 5,18%, e no Japão o índice Nikkei fechou em queda de 3,71%.   Na Europa, as bolsas registram baixas que não eram atingidas desde 2005. O índice pan-europeu Dow Jones Stoxx 600 caiu 3,7% para 292,77 pontos, nível que não era visto desde novembro de 2005, com ações de bancos e indústrias despencando. Às 10h30 (de Brasília), o índice FTSE 100, da Bolsa de Londres, caía 2,9% para 5.468 pontos, o DAX-30, de Frankfurt, estava em baixa de 3,7%, em 6.211 pontos, e o CAC-40, de Paris, recuava 3,04% para 4.452 pontos.   O medo de que essa crise bancária faça novas vítimas está derrubando as cotações dos papéis do setor financeiro. As ações do banco de investimento Lehman Brothers, que perderam mais de um quarto de seu valor mesmo depois de a agência de classificação de risco Moody's reafirmar as notas de crédito (ratings) da instituição.   No pré-mercado em Wall Street, os papéis do Lehman caíam 26%; Merrill Lynch recuava 13% e Goldman Sachs caía 10%. No Brasil, as ações preferenciais (PN) do Bradesco recuavam 3,73% às 10h10. No mesmo horário, os papéis PN do Itaú caíam 3,44%; os units do Unibanco tinham baixa de 3,93%; e as ações ordinárias (ON) do Banco do Brasil perdiam 3,7%, com pouco mais de 10 minutos de pregão.   "Tá tão na cara que é para vender que pode melhorar", afirma um analista, referindo-se à Bovespa nesta segunda. Segundo os especialistas, o comportamento da Bolsa vai depender muito da reação investidores estrangeiros, da necessidade de caixa deles.

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