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'Cheio de mentiras!', diz embaixador da China após declaração de secretário dos EUA sobre 5G

Durante evento no País, Keith Krach pediu ajuda para evitar que dados sigilosos cheguem ao alcance dos chineses; na última terça, Brasil entrou para programa dos EUA que visa banir 'fornecedores não confiáveis' do 5G

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Por Redação
Atualização:

A disputa pelo 5G no País voltou a ser palco de polêmica nesta quarta-feira, 11, após o embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, chamar o secretário de Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente do Departamento de Estado dos EUA, Keith Krach, de mentiroso e desavergonhado. A declaração veio após Krach, em um evento realizado em Brasília, pedir ajuda aos aliados dos EUA para evitar que dados sigilosos cheguem ao alcance do Partido Comunista Chinês, por meio da empresa de tecnologia Huawei.

O embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming. Foto: Adriano Machado/Reuters

"Cheio de mentiras! Desavergonhado! As mentiras já são a figura dos oficiais do departamento do Estado do governo dos EUA,que agora com suas próprias ações está ensinando ao mundo inteiro qual é o modelo e a forma da "democracia americana"", diz Wanming em sua conta oficial do Twitter.

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Ele também compartilhou as declarações dadas por Krach no evento realizado em Brasília, que foram divulgadas pelo perfil oficial do Instagram da própria embaixada americana. Em uma delas, o secretário diz que "os EUA são de longe o maior investidor no Brasil, totalizando mais de 5 vezes o investimento de qualquer outra nação. Esse investimento cria empregos e desenvolve liderança empresarial da classe mundial", disse.

Depois, ele faz um apelo para que aliados e parceiros dos EUA "se unam à crescente maré para proteger nossos dados e interesses de segurança do Partido Comunista Chinês e de outras entidades malignas". 

Rede Limpa

Na última terça-feira, 10, o governo brasileiro anunciou que aderiu ao Clean Network (Redes Limpas, em português), um programa do governo Trump que tem justamente como iniciativa convencer países a banir de suas redes de telecomunicações “fornecedores não confiáveis”.

O anúncio ainda não oficializou a negociação com sistemas de empresas defendidas pelos americanos, mas deixou mais distante a possibilidade de o Brasil firmar uma parceria com a Huawei em relação ao 5G. No entanto, um banimento oficial da empresa chinesa de tecnologia do leilão do 5G do País ainda depende da publicação de um decreto presidencial.

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A decisão foi comemorada pelos americanos. “O Brasil é o primeiro país da América Latina a respaldar os princípios da Rede Limpa”, celebrou Krach na ocasião. Segundo ele, 31 dos 37 países da OCDE já fazem parte do programa.

O País é um dos palcos mundiais da disputa entre China e EUA pela liderança na tecnologia de última geração, com um leilão do 5G agendado para 2021. A chinesa Huawei é líder em fornecimento de aparelhos para rede 5G e outros de telecomunicações no Brasil e no mundo. No entanto, a empresa sofre constante ofensiva dos EUA, que acusam a companhia de permitir brechas nas redes para espionagem e controle por parte do governo do Partido Comunista Chinês.

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