Nesse último quesito, porém, é melhor ser cauteloso. Ao que tudo indica, a atividade econômica pode até melhorar, mas devagar, devagarinho, como diz aquele samba do Martinho da Vila. Três indicadores divulgados nos últimos dias - todos eles referentes ao mês de novembro -- comprovam essa tendência.
Em primeiro lugar, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), mostrou uma alta ligeira - ligeiríssima, aliás - em comparação com outubro: 0,2%. Segundo especialistas, mais uma acomodação do que uma reação de fato, insuficiente para permitir um resultado positivo no quarto trimestre do ano. Em segundo lugar, o faturamento da indústria, segundo a CNI, aumentou 4,5% sobre outubro, embora ainda tenha ficado quase 10% abaixo do contabilizado no mesmo mês de 2015. E, em terceiro, o Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital, que dá a medida da disposição de investimentos das empresas, caiu 1,1% de outubro para novembro - a menor queda mensal desde julho.
A grande interrogação, contudo, é quando tudo isso vai engrenar a ponto de permitir uma forte redução do número de desempregados no País. Por enquanto, as expectativas não são animadores. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, o Brasil terá neste ano o maior aumento do desemprego entre os países do G-20: mais 1,4 milhão de trabalhadores sem ocupação, quase 35% do total verificado no conjunto dos países.