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Bastidores do mundo dos negócios

Assaí abre espaço e Dasa deve fazer nova oferta de ações de até R$ 3 bi

Mas diferentemente da rede de atacarejo, empresa de diagnósticos está em situação financeira frágil

Foto do author Cynthia Decloedt
Foto do author Altamiro Silva Junior
Por Cynthia Decloedt (Broadcast) e Altamiro Silva Junior (Broadcast)
Hospital 9 de Julho, em São Paulo, que é controlado pela Dasa Foto: Werther Santana/ AE

A empresa de medicina diagnóstica Dasa deve fazer uma nova oferta de ações (follow on) de até R$ 3 bilhões, logo após a publicação do balanço do quarto trimestre de 2022. A captação bem-sucedida do Assaí na quinta-feira, quando a rede de atacarejo levantou R$ 4 bilhões mesmo com o mercado turbulento, aumentou a confiança na operação da Dasa. Ao contrário da rede varejista, porém, a empresa de diagnósticos encontra-se em situação financeira frágil. Desde o fim do ano passado, a família Bueno, controladora do negócio, tem conversado com fundos para uma capitalização. Em um dos arranjos em estudo, alguns desses agentes participariam do follow on, dando suporte à operação. Também será preciso que a família Bueno fique com parte das ações, para atrair investidores.

Empresa é uma das consolidadoras do setor

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A Dasa busca, por meio da oferta, fortalecer a estrutura de capital da rede de diagnósticos. A empresa de medicina diagnóstica é uma das companhias do setor de saúde que embarcou em uma agenda pesada de consolidação e carrega um passivo que, com o juro a dois dígitos no País, ficou excessivamente caro, em contrapartida a custos operacionais que variam acima da inflação.

Na Faria Lima, fala-se que a operação será um “re-IPO”, com ampliação do volume de papéis da empresa no mercado. Atualmente, 11,6% das ações estão em circulação, enquanto os controladores detêm 86%. A última oferta da Dasa foi no primeiro semestre de 2021, quando levantou R$ 3,8 bilhões.

No 3º trimestre, companhia teve prejuízo de R$ 98 milhões

A companhia divulga seu balanço do quarto trimestre na terça-feira, 28 de março. No terceiro trimestre, a Dasa deu sinais de fragilidade em seu balanço, com a disparada de 150% em sua dívida líquida para R$ 7,8 bilhões. O resultado foi um prejuízo de R$ 98 milhões.

O sócio-diretor da área de saúde da A&M, Gonzalo Grillo, afirma que as companhias de saúde enfrentam dificuldades, especialmente porque poucas carregam endividamento a um custo médio inferior a 15% que ele considera relevante. Em contrapartida, o cenário atual para o setor faz com que a maior parte dos projetos nos quais investiram não tenham retorno de 15%. “É uma tormenta perfeita. Menos rentáveis, dívidas mais caras e baixo acesso ao capital que está restrito”, afirma.

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Esta coluna foi publicada no Broadcast no dia 20/03/2023, às 09h47

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