Principal acionista privada da Celesc, a EDP Brasil está descontente com a política de dividendos da estatal catarinense, que prevê distribuir o mínimo de lucro aos acionistas, de 25% determinado por lei. Com isso, já reteve R$ 1,191 bilhão como reserva de lucro.
Diante do impasse, a EDP quer levar à assembleia de acionistas marcada para 29 de abril uma proposta de alteração dessa política e sugere que, numa eventual falta de acordo, será obrigada a repensar sua posição como acionista da companhia. "Havendo futuro, estamos confortáveis, mas caso não haja, teremos de repensar nosso posicionamento como acionista da Celesc", disse o presidente da EDP, João Marques da Cruz.
Segundo ele, a EDP age em nome de seus 275 mil acionistas pessoas físicas no Brasil e busca uma política de dividendos que resolva a questão em torno de valores não distribuídos e garanta que o lucro futuro também se transforme em proventos. Na visão de Cruz, a distribuidora catarinense tem pagado um dividendo "muito abaixo do que é legítimo" e "abaixo da inflação", o que para ele seria um desrespeito.
O executivo afirmou que a companhia tem a expectativa de assumir o controle da concessão de distribuição de energia em Santa Catarina, caso o governo venha a privatizá-la no futuro. "Quem vai decidir se vai haver privatização ou não é o governo de Santa Catarina e eles sabem da nossa opinião. Nós a respeitamos quer decida privatizar, quer decida não privatizar", disse. Procurada, a Celesc não se manifestou.
Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 29/03/22, às 16h58.
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