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Bastidores do mundo dos negócios

Plano & Plano desiste de oferta de ações, mas pode voltar quando mercado melhorar

Presidente da empresa, Rodrigo Luna, disse que instabilidade do mercado foi a causa

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Por Circe Bonatelli (Broadcast)
“Vamos esperar o momento em que o mercado estiver mais confortável para esse tipo de operação”, disse o empresário  Foto: IARA MORSELLI / ESTADAO CONTEUDO

A Plano & Plano desistiu, ao menos por enquanto, de seguir adiante na oferta pública de ações anunciada mês passado e que poderia atingir até R$ 500 milhões. A incorporadora comunicou que concluiu os estudos sobre o assunto. Em entrevista ao Broadcast, o sócio e presidente da incorporadora, Rodrigo Luna, disse que a desistência se deu pelas instabilidades observadas no mercado financeiro, mas que o processo pode ser retomado quando as condições forem atrativas.

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“Neste momento, desistimos de fazer [a oferta], mas podemos voltar no momento em que o mercado estiver mais propício”, explicou Luna. “Vamos esperar o momento em que o mercado estiver mais confortável para esse tipo de operação”. Segundo ele, isso pode acontecer tanto no curto prazo quanto em um momento mais à frente.

O presidente da Plano & Plano acrescentou que a oferta de ações teria como objetivo aumentar a liquidez da incorporadora e reforçar o caixa para o crescimento - especialmente agora que o Minha Casa Minha Vida foi turbinado. A oferta, entretanto, não era mandatória para sustentar o crescimento. “Não tínhamos necessidade, nem premência de fazer essa operação. Então, não fazer isso agora não interfere em absolutamente nada. Continuamos com os mesmos objetivos e com a mesma intenção de crescimento”, declarou.

Origem da instabilidade tem relação com cenário macro externo

A Plano & Plano fechou o segundo trimestre com alavancagem (relação entre dívida e patrimônio líquido) de 43%. A geração de caixa foi neutra no semestre. A dívida líquida estava em R$ 225 milhões, e os recursos e caixa eram de R$ 325 milhões. O empresário avaliou que o mercado financeiro entrou em um “looping de instabilidades” ao longo das últimas semanas, o que reduziu o apetite dos investidores. O problema, na sua avaliação, tem origem no ambiente macroeconômico - com inflação e juros altos lá fora combinada com ruídos políticos por aqui.

A situação não tem nada ver com o ânimo do mercado imobiliário ou da própria empresa, disse Luna. “O nosso mercado segue com uma demanda firme, vendas muito boas e mostrando resiliência. A questão é muito mais macro, do que ligada a algo específico do nosso setor”, afirmou Luna, que também é o presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP).

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Nos últimos meses, o setor de construção concluiu três ofertas subsequentes de ações. A MRV levantou R$ 1 bilhão para pagamento das dívidas e redução das despesas com juros, enquanto a Direcional atraiu investimentos de R$ 430 milhões. Neste mês, a Tenda levantou R$ 234 milhões para reforçar o crescimento e quitar dívidas.


Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 14/09/23, às 16h43.

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