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Duhalde começa a respirar aliviado

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Eduardo Duhalde começou a respirar aliviado e a armar sua estratégia para capitalizar os números positivos que começaram a surgir na economia. O primeiro deles é de uma pesquisa feita pelo Ibope da Argentina que revela que 43,7% da população acredita que o estado geral do país vai melhorar a curto e médio prazo. Esta é a cifra mais positiva do ano e convenceu o presidente de que a reativação da economia já começou. Somente 12,7% dos entrevistados acreditam que a situação vai piorar. Na última pesquisa, este número era maior que 22%. Outro dado positivo para o governo é o indicador de confiança do consumidor, elaborado pela Universidade Torcuato Di Tella, que registrou em outubro 28,2% ante 13,7% no mesmo mês do ano passado. Duhalde também está feliz com o aumento de 17% das exportações de soja e de outros alimentos. Sem contar que a Argentina converteu-se na primeira exportadora mundial de mel. O país ocupa o número um nas exportações de mel, não só pelo volume, mas pelo preço que recebe pelo produto, já que o produto argentino é mais caro do que o que se compra da China, por exemplo. O país fatura US$ 100 milhões de dólares anuais com a exportação de mel e, neste ano, poderia ter cifras recordes, já que está sendo beneficiado pela proibição imposta ao mel chinês por parte da União Européia, que detectou a aplicação de antibióticos no tratamento das colméias da China. A substituição do mel chinês pelo argentino dobrou as vendas do último, conforme as estimativas oficiais de que o ano de 2002 fechará com vendas superiores a 100 milhões de toneladas do produto. O preço do quilo de mel subiu 91% de dezembro de 2001 até o momento, num país que produz em pesos e vende em dólares. Entre janeiro e setembro deste ano, a Argentina exportou US$ 87 milhões de dólares, 49% a mais do que vendeu no mesmo período do ano passado. Ainda deverão ser vendidas mais 10 mil toneladas até o final do ano. A queda da desconfiança dos consumidores argentinos consolida os primeiros sinais positivos no consumo e no sistema financeiro. A demanda de bens duráveis e imóveis aponta para um crescimento no último mês, enquanto as reservas, os depósitos e taxas de juros também mostram tendências favoráveis. O aumento da confiança é atribuído pelos analistas à estabilidade da inflação e do câmbio, além de uma etapa de recuperação do sistema monetário. Até o dia 8 de outubro, as reservas internacionais somavam US$ 9,4 bilhões de dólares, ante US$ 9,1 bilhões em agosto, o que demonstra recuperação nos últimos três meses. Os depósitos privados até a última quarta-feira, pelos dados oficiais do Banco Central, registravam 56,216 bilhões de pesos, ante 58,063 bilhões em setembro, 57,242 bilhões em agosto e 55,937 bilhões de pesos em julho. As taxas de juros também mostram dados positivos. Na última sexta-feira, o overnight cobrado foi de 14,9%, ante 19,3% no último dia de setembro, 39% no final de agosto, e 66% em julho. As taxas mais baratas são fundamentais para o país no impulso da reativação econômica, já que significam acesso mais fácil ao crédito. Por estas razões, o governo está confiante de que os quatro anos de recessão estão começando a ser interrompidos.

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