O desempenho do setor, medido pelo faturamento real ou pelo volume – critério utilizado pelo IBGE desde agosto do ano passado –, é um dos mais importantes indicadores do nível de atividade econômica. Não é de estranhar, pois, que o resultado acumulado em 12 meses esteja muito próximo do encolhimento previsto para o Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado.
Entre os diferentes serviços, os que apresentaram queda mais acentuada no ano foram os classificados como “outros serviços”, que incluem os serviços financeiros e o setor imobiliário, que registraram redução de 8,9%. O setor imobiliário, como se sabe, vem registrando forte retração, por causa do aumento do desemprego, da redução da renda real da população e das restrições ao crédito.
Previsível numa economia fortemente dependente do transporte rodoviário, o impacto da crise sobre o setor de transporte terrestre foi notável: redução de 10,2%.
A queda de 5,1% do volume dos serviços prestados às família é reflexo direto da queda da renda da população. Entre esses serviços, um dos segmentos que apresentaram o pior desempenho foi o de alojamento e alimentação. Num período de contenção de gastos, as famílias cortam primeiro aqueles que resultam em menores sacrifícios, como viagens e alimentação fora da residência.
Na soma dos serviços profissionais, administrativos e complementares, a queda de 3,8% detectada pelo IBGE não surpreende. Examinando, porém, o comportamento dos componentes desse segmento, observa-se que os serviços técnico-profissionais encolheram 9,3%. As empresas estão cortando drasticamente os gastos com esses itens.
Até setores que ainda registram resultado positivo no acumulado do ano, como o de informação e comunicação, tiveram queda em novembro. O ajuste deve se estender pelo primeiro trimestre de 2016.