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Empresa corta acesso remoto de quem sai de folga

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Por Redação
Atualização:

Tão ruim quanto não tirar férias é tirar e continuar trabalhando, afirma o médico e mestre em medicina e economia da saúde Alberto Ogata, presidente da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV). Ogata diz que é muito comum as pessoas saírem de férias e continuarem conectadas ao trabalho remotamente boa parte do tempo. "As férias são para descansar e se desligar completamente do trabalho. Ficar 30 dias preocupado, ansioso, checando e-mails não é o ideal", afirma o médico. Nesse sentido, diz, a tecnologia é prejudicial, pois impede que durante as férias exista o desligamento, que ele aponta como importante para que o profissional se revigore para voltar ao trabalho melhor do que quando saiu. "Não são raras as ocasiões em que a pessoa, ao viajar, elege como fator decisivo de escolha um hotel que tenha conexão com a internet." Para ele, a tecnologia reforçou a noção de que a pessoa está disponível para trabalhar o tempo todo e em qualquer lugar, o que, em sua opinião, não é sustentável.Há, no entanto, empresas que tentam evitar que o funcionário em férias caia nessa 'tentação'. Na Serasa Experian, segundo conta o seu superintendente de desenvolvimento humano, Elcio Trajano Júnior, quando o colaborador sai para o seu período anual de descanso, todos os acessos remotos, de e-mails a sistemas internos, são bloqueados até sua volta. "Enxergamos a questão do equilíbrio entre o pessoal e profissional como sendo vital para a qualidade de vida e, consequentemente, da produtividade. Nesse sentido, a questão das férias é crítica. Estamos sempre reiterando com os líderes a importância dessa pausa", diz. Segundo Ogata, as empresas têm de prevenir o "presenteísmo", termo que se refere ao profissional que está apenas de corpo presente na empresa, mas não está em condições plenas para produzir como deveria. "Quase 70% da queda de produtividade é relacionada à essa questão", afirma. Para ele, se a empresa permite que o funcionário saia de férias e continue trabalhando, ela assume o risco de perder produtividade./L.C.

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