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Teles prometem repassar corte no ICMS para todos os consumidores até novembro

Após cobrança das autoridades, operadoras também prometeram dar compensações ou ressarcimentos pelos abatimentos ainda não realizados

Foto do author Circe Bonatelli
Por Circe Bonatelli (Broadcast)
Atualização:

A pressão das autoridades públicas surtiu efeito, e as operadoras publicaram comunicados à imprensa manifestando o compromisso de repassar o corte na alíquota do ICMS para a fatura de todos os consumidores até novembro. Mais do que isso, prometeram dar compensações ou ressarcimentos pelos abatimentos ainda não realizados.

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A Vivo disse que começou a adaptar os sistemas de cobrança em julho, assim que os Estados passaram a reduzir as alíquotas do ICMS. Segundo a operadora, 80% dos clientes receberão os descontos até setembro, sendo que a conclusão desse processo está prevista para novembro. Além disso, prometeu que fará compensações referentes à redução dos preços que não ocorreram até aqui. “A Vivo reforça que a redução da carga tributária do ICMS será repassada ao consumidor. A empresa enxerga que a redução do preço na fatura traz benefícios reais ao usuário e, por isso, tem focado seus esforços nessa medida.”

A TIM também deu prazo até novembro para colocar a casa em ordem. A companhia informou que a redução na fatura dos clientes de planos pós-pagos está sendo aplicada por ciclos de faturamento. Por sua vez, os clientes pré-pagos já tiveram incremento de franquia no lugar de desconto em dinheiro. A tele também prometeu dar compensações por esse atraso. “A redução da carga tributária dos serviços de telecomunicações é uma medida de grande relevância para os consumidores e para o setor. Ao mesmo tempo, sua execução impõe adaptações sistêmicas e operacionais em que a TIM vem trabalhando desde que a redução de ICMS foi adotada por parte dos Estados”, afirmou, em nota.

A Claro informou que o repasse já começou e vai terminar entre setembro e novembro. A diferença aqui foi que a companhia afirmou explicitamente que vai conceder desconto retroativo referente ao período de ajustes nos sistemas. Esse ressarcimento será feito de setembro a novembro, dependendo do ciclo de vencimento da fatura. “A Claro, primando pelo pilar da transparência, reafirma seu compromisso de repassar integralmente aos seus clientes o benefício da redução do ICMS. A complexidade das adaptações sistêmicas necessárias e os diferentes tempos de adesão dos Estados exigiram um grande esforço e um período de transição, que está próximo da conclusão”.

Já a Oi disse que está repassando integralmente a redução do ICMS que incide sobre a conta dos seus clientes pessoa física. Também explicou que, coincidentemente, o repasse se deu no mesmo período da aplicação do reajuste dos planos que é feito anualmente conforme previsto em contrato.

Autoridades cobraram explicações por demora em repasse

Vivo, TIM, Claro, Oi e Sky foram notificadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), pela Secretaria Nacional do Consumidor (ligada ao Ministério da Justiça) e pelo Procon de São Paulo, que cobraram esclarecimentos sobre como será feito o repasse no corte do imposto para os consumidores. As autoridades ainda não tiveram retorno das companhias, apurou a reportagem. O prazo para a resposta acaba nesta sexta-feira, 26.

O Estadão/Broadcast também apurou que a Anatel considera até mesmo uma ação cautelar para impor às teles o repasse integral do desconto. O conselho da agência reguladora e servidores da área técnica trataram do assunto em uma reunião na quarta-feira, dia 24.

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Autoridades cobraram operadoras sobre repasse do corte do ICMS; empresas indicaram que darão compensações ou ressarcimentos pelos abatimentos ainda não realizados. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A própria Anatel endossou a inclusão das telecomunicações no rol de setores beneficiados pela lei complementar 194/2022, que definiu o teto de 17% a 18% para a alíquota do ICMS para bens e serviços considerados essenciais. A medida abrangeu também energia elétrica, combustíveis, gás natural, comunicações e transporte coletivo e foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em junho.

O ICMS varia a cada Estado, ficando na faixa dos 20% a 30% para telecomunicações. Em São Paulo, por exemplo, o ICMS para chamadas de voz e tráfego de dados era de 25% e baixou para 18%. A maior cobrança acontecia no Rio, onde chegava a 32%. Ceará, Pernambuco e Sergipe aplicavam 30%. No Distrito Federal era 28%, e Minas, 27%.

A Superintendência de Competição da Anatel realizou um estudo sobre o assunto e calculou que a mudança na legislação deveria se traduzir em desconto de ao menos 11% se considerada uma alíquota de 25%, conforme mostrou reportagem do Estadão/Broadcast em maio. Nos Estados onde essa alíquota é maior, o desconto também deveria ser proporcionalmente maior.

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