Escala 6x1: Erika Hilton diz que pretende falar com Lira nesta semana sobre PEC que dá fim a modelo

Deputada tenta reunir assinaturas para protocolar projeto que propõe escala de 4 dias de trabalho por 3 de descanso

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Foto do author Victor Ohana
Atualização:

BRASÍLIA - A líder do PSOL na Câmara, deputada Erika Hilton (SP), afirmou que pretende procurar nesta semana o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para falar sobre o andamento da proposta de emenda à Constituição que dá fim à escala 6x1 - seis dias de trabalho e um de descanso.

“Não falei ainda com o presidente Arthur; eu pretendo falar com ele assim que eu chegar em Brasília”, declarou a deputada ao Estadão/Broadcast, nesta segunda-feira, 11. “Já falei no telefone com algumas lideranças do nosso campo para pedir que deputados assinem. Vamos entender, no decorrer da semana, como a gente vai sentir dentro do Congresso.”

Erika Hilton ainda recolhe assinaturas para obter o número suficiente para dar andamento à PEC. Foto: Gilmar Félix / Câmara dos Deputados

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O tema viralizou na web após ela ter apresentado uma proposta na esteira de uma iniciativa de um vereador eleito pelo PSOL no Rio de Janeiro, Rick Azevedo, criador do movimento “Vida Além do Trabalho”. Ela ainda recolhe as assinaturas para protocolar o texto e diz que tem pedido para que líderes partidários orientem as suas bancadas em favor da PEC.

“Meu texto nasce do diálogo com os trabalhadores, que não conseguem imaginar uma transição tão gradual. Me parece que dez anos é muito tempo”, afirma Hilton. “Também acho que minha proposta tem margem para se negociar. Batalharemos pela PEC da maneira como ela está.”

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O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, deve discutir, porém, a tramitação de outra PEC nesse sentido, de autoria do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG). O texto está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) desde 2019.

As duas propostas, porém, têm diferenças: a de Hilton prevê que a norma vigora em um ano, enquanto a de Lopes estipula uma transição de dez anos; além disso, a psolista propõe uma jornada de até quatro dias por semana, enquanto o petista prevê cinco dias.

Ao Estadão/Broadcast, Lopes afirmou que é possível propor uma transição menor, de oito ou até de quatro anos. Porém, para ele, é preciso estipular um tempo de adaptação. Além disso, a escala não pode ser limitada a quatro dias por semana por causa dos diferentes modelos de negócio.

“A minha lógica é a seguinte: a cada ano reduzir uma hora, porque nós temos que diluir os impactos. Você não pode ter impacto de custo e não pode ter impacto inflacionário”, disse. “E, a depender do modelo de negócio, talvez precise funcionar cinco dias.”

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