O estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiânia Mateus Ferreira, 33 anos, permanece internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências de Goiânia. Ele foi atingido por um golpe de cassetete no rosto e sofreu traumatismo cranioencefálico e múltiplas fraturas. Segundo boletim médico divulgado neste domingo, 30, o paciente continua sedado e intubado. A nota diz ainda: “O paciente foi submetido a procedimentos cirúrgicos por aproximadamente quatro horas, na tarde de sábado, 29, com as equipes de Neurocirurgia e Bucomaxilofacial para reparação dos ossos frontais. Até o momento, não há previsão de novas cirurgias”.
Mateus participava, nesta sexta-feira, 28, do protesto contra as reformas trabalhista e Previdenciária e corria sozinho quando foi atingido no rosto por um policial militar. O estudante foi agredido por um agente que corria em direção a pessoas encapuzadas que quebravam vidros de agência bancária durante protesto no centro de Goiânia. O momento foi captado pelo fotógrafo Luiz da Luz, do jornal O Popular, e também em um vídeo divulgado nas redes sociais.
Reportagem do jornal O Popular afirma que Mateus chegou ao hospital por volta de 13h, após ser atendido pelo Corpo de Bombeiros. O jovem passou por cirurgias de reconstrução facial e não há previsão de novos procedimentos no momento. A mãe de Mateus, que é de Osasco, São Paulo, está indo para Goiânia de ônibus.
A Universidade Federal de Goiânia divulgou uma nota em que repudia a agressão ao estudante e pede "adequada apuração dos fatos e a punição dos responsáveis". "A UFG é histórica defensora do direito à livre manifestação e condena com veemência atos de repressão que venham a cercear esse princípio democrático", diz a nota.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado disse que instaurou um procedimento para investigar a atuação dos policiais militares envolvidos direta ou indiretamente na agressão. O comando da Polícia Militar afirmou que "condena veementemente todo e qualquer tipo de agressão, praticada por policiais militares no exercício da sua função".