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Fundos de hedge podem ter em 2011 segundo pior ano desde 1990

A exceção seria 2008, quando os mercados financeiros nos EUA quase entraram em colapso

Por Álvaro Campos e da Agência Estado
Atualização:

Este ano tem sido difícil para os fundos de hedge. Com exceção de 2008, quando os mercados financeiros nos EUA quase entraram em colapso, nenhum outro ano tem sido tão doloroso para esses apostadores ousados da comunidade de investimentos.

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Desde 1990, houve apenas dois anos de retornos negativos para os fundos de hedge: 2002, com uma perda de 1,5%; e 2008, com um decréscimo de 19%, segundo Kenneth Heinz, presidente da Hedge Fund Research Inc (HFRI). "Até novembro, o índice HFRI Fund Weighted registrava queda de 4,4%, então provavelmente 2011 será o segundo pior ano no calendário", comentou.

Segundo ele, nada no cenário atual dos mercados parece capaz de alterar essa perspectiva. "Embora dezembro ainda não tenha terminado, para que a indústria saia do vermelho no ano será preciso ter este mês o melhor retorno desde maio de 2009 e a segunda melhor performance mensal em 12 anos", comentou Peter Laurelli, vice-presidente de pesquisa da eVestment.

Para que isso acontecesse, os fundos de hedge precisariam de um amplo rali nos mercados de ações. Assim mesmo, a maioria dos gestores de fundo não está posicionada para aproveitar imediatamente tal avanço nas bolsas, comenta Laurelli. Somente em novembro, a média dos fundos de hedge teve um retorno negativo de 0,96%, desempenho pior do que o apresentado pelo índice S&P 500, que recuou 0,51%, e do que o Dow Jones Industrial Average, que avançou 0,76%, segundo um relatório do Hennessee Group LLC.

As fortes oscilações dos mercados de ações nos últimos meses, em razão da falta de confiança na habilidade das autoridades da União Europeia de lidar com a crise da dívida no bloco, provocaram uma queda acentuada nos recursos gerenciados por fundos de hedge. Segundo uma pesquisa do HSBC, os recursos sob gestão de 17 grandes fundos de hedge, que respondem por 17% do total global, caíram cerca de 10% no fim do terceiro trimestre, para US$ 3,96 trilhões.

A pesquisa mostra ainda que a aversão ao risco tem colocado uma ênfase na liquidez, com 44% dos gestores de fundo recomendando apostas em dinheiro, comparado com 30% que recomendam ações e 22% que sugerem a compra de bônus.

O tom cauteloso pode continuar em 2012, com as persistentes preocupações com a Europa e a falta de convicção sobre uma forte recuperação da economia dos EUA pesando sobre o sentimento. "Os investidores estão muito cientes do fato que a volatilidade e variáveis macroeconômicas vindas da Europa têm orientado o desempenho em 2011 e isso deve persistir em 2012", afirma Heinz. As informações são da Dow Jones.  

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