A Justiça de São Paulo condenou o Santander a pagar uma indenização de R$ 1 milhão a uma ex-funcionária, que sofreu Lesão por Esforço Repetitivo (LER) após trabalhar 31 anos como escriturária do banco. No processo, a perícia técnica constatou que a mulher desenvolveu a doença ocupacional em função dos "esforços demasiados de seus membros superiores" que o trabalho demandava, o que a levou a desenvolver a lesão.
Se assim fosse, diz o magistrado, "o ser humano estaria sendo utilizado como meio, o que equivaleria na teoria de Emanuel Kant, a utilizar o ser humano como coisa, eis que o ser humano só pode utilizado como fim".
"Todas as coisas só podem ser realizadas tendo como fim o ser humano e os seus direitos, sobretudo a dignidade humana", prossegue o juiz nos autos do processo. O magistrado considerou também que a mulher ainda tem sequelas consideráveis em função da lesão e que a indenização não ocasiona o "lucro fácil para o ofendido e empobrecimento demasiado para o ofensor". O valor que a Justiça ordenou ao banco que pague à ex-funcionária engloba danos morais e uma pensão mensal vitalícia.