Publicidade

Publicidade

Mercadante diz que redução da TLP para pequenas empresas foi abordada em reunião com Febraban

Presidente do BNDES ainda afirmou que é necessário reduzir a taxa de juros e o spread a fim de melhorar o crédito e permitir que o País produza mais e gere mais empregos

Foto do author Matheus Piovesana
Por Marianna Gualter (Broadcast) e Matheus Piovesana (Broadcast)
Atualização:

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou nesta terça-feira, 31, que a redução da taxa de longo prazo (TLP) para as micro e pequenas empresas foi abordada em reunião com o Conselho da Febraban, realizada nesta manhã.

“Há espaço para reduzir essa taxa de juros e queremos fazer em conjunto com a Febraban. Tem que ser um Projeto de Lei, aprovado no Congresso, e, portanto, precisa de um debate técnico cuidadoso”, disse.

Mercadante afirma que a reindustrialização é absoluta prioridade do BNDES Foto: Wilton Júnior/Estadão

PUBLICIDADE

Mercadante afirmou ainda que o BNDES não precisa e não tem condições de receber subsídios do Tesouro. O presidente do BNDES acrescentou que não há pretensão de voltar com a taxa de juros de longo prazo (TJLP) - usada pela instituição para conceder crédito subsidiado durante os governos do Partido dos Trabalhadores (PT).

Mercadante acrescentou que o BNDES quer melhorar o calendário de relacionamento com a Febraban. “Por que o BNDES não participa da Febraban, só a Caixa e o Banco do Brasil? Queremos vir aqui, debater e construir pontes.”

O ex-ministro afirmou que é necessário reduzir a taxa de juros e o spread a fim de melhorar o crédito e permitir que o País produza mais e gere mais empregos.

Mercadante também declarou que a reindustrialização é absoluta prioridade e que o BNDES tem larga tradição com o setor.

“Se olharmos o Produto Interno Bruto, a indústria já chegou a ser 27%, mas hoje é 11%, ela vem perdendo espaço”, disse.

Publicidade

Mercadante citou que o País pode ter empresas estratégicas, a exemplo da Embraer, e que a agenda de economia verde é promissora para a reindustrialização brasileira.

“O BNDES tem várias linhas de financiamento, trabalhamos com muitas dessas empresas e estamos com uma carteira muito forte na parte de energia eólica”, afirmou. “Nossa indústria automobilística, por exemplo, terá que fazer mudanças. A demanda agora é muito mais por carros híbridos.”

Juros de longo prazo

O governo pode melhorar a comunicação sobre as ações econômicas, o que ajudaria a reduzir os juros de longo prazo e abriria espaço no Orçamento. Ao mesmo tempo, o País não está à beira de uma crise fiscal, na visão de Aloizio Mercadante.

“A qualidade do debate é muito rica em um momento em que nós precisamos discutir mais, o sistema financeiro, o governo, porque nós temos um desafio de ter uma taxa de juros que pode cair rapidamente”, disse ele em gravação para a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a que o Estadão/Broadcast teve acesso. “Acho que tem um componente de expectativa, podemos melhorar a comunicação e com isso a taxa de juros de longo prazo cair.”

PUBLICIDADE

Mercadante participou, junto com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, do Planejamento, Simone Tebet, da Gestão, Esther Dweck, e da Agricultura, Carlos Favaro, de reunião do conselho da Febraban nesta terça-feira.

Segundo ele, Haddad é a “referência obrigatória” sobre a política econômica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O presidente do BNDES afirmou, entretanto, que o Brasil não está na iminência de uma crise fiscal, e que é preciso olhar para a dívida pública líquida, que, afirmou, é administrável.

“Se você tirar o fato, uma grande contribuição dos governos do PT, que o Brasil tem uma das maiores reservas cambiais do mundo, US$ 370 bilhões, você precisa abater isso da dívida bruta, a dívida líquida é totalmente administrável”, afirmou ele na gravação.

Publicidade

Mercadante afirmou ainda que “está na hora” de o BNDES passar a fazer parte da Febraban, da qual já participam os públicos Caixa e Banco do Brasil. “Está na hora de o BNDES entrar na Febraban, para a gente manter esse diálogo constante e ir aparando as arestas, buscando convergência.”

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.