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Dólar oscila e se firma em baixa influenciado por fatores externos

Moeda americana também reage à ata do Copom, que deixa em aberto a possibilidade de nova alta na taxa de juros; Bolsa cai com realização de lucros

Por Luciana Antonello Xavier
Atualização:

(Atualização às 16h) SÃO PAULO - O dólar mostra volatilidade nesta quinta-feira, 7, e oscila entre leves altas e baixas. O fôlego limitado do movimento se deve à percepção de que o ciclo de aperto monetário não acabou, mostrada na ata da última reunião do Conselho de Política Monetária (Copom), divulgada mais cedo.

A calmaria também se deve à aprovação do texto base da Medida Provisória 665, que restringe as concessões de seguro-desemprego e abono salarial, além da perspectiva de ingresso de fluxo cambial no Brasil. 

Às 16h, o dólar caía 0,72%, a R$ 3,022. Na máxima do dia, a moeda foi negociada a R$ 3,063.

Casa de Câmbiono centro do Rio de Janeiro Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO

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Em relação à ata da última reunião do Copom, na qual a Selic foi elevada de 12,75% para 13,25%, o BC sinalizou que o aperto deve continuar em junho. "O Copom reafirma que a política monetária deve manter-se vigilante", escreveu o comitê no parágrafo 31.

Segundo apurou o Broadcast, serviço de informações da Agência Estado, o mercado já enxerga chances de o BC reduzir ainda mais os volumes das rolagens futuras de swap cambial, o que deve reduzir a oferta de dólares no mercado e puxar a cotação do dólar para cima. A rolagem do vencimento de swap junho, que está em curso, será equivalente a 80% do volume total para o mês. Essa percepção foi nutrida por declarações do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, de que "o custo do swap cambial é elevado".

Bolsa. O tom negativo das bolsas internacionais pesa nos negócios na Bovespa nesta quinta-feira, dando continuidade ao movimento de realização de lucros iniciado ontem, após avançar mais nos primeiros minutos do pregão. Em Wall Street, uma melhora do humor é limitada pelas declarações da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, que disse ontem que "os valores do mercado de ações, neste ponto, estão em geral bastante elevados". 

O investidor processa ainda uma série de balanços nesta manhã, além da notícia positiva para o ajuste fiscal, a de que a Câmara aprovou ontem o texto-base da Medida Provisória 665, que restringe as concessões de seguro-desemprego e abono salarial. 

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Na véspera da divulgação do relatório oficial de emprego dos Estados Unidos, o Departamento de Trabalho do país revelou que os pedidos de auxílio-desemprego cresceram para 265 mil na semana passada, menos do que o previsto por analistas, que era um aumento para 275 mil solicitações. 

Ainda nos EUA, o presidente da distrital do Federal Reserve em Chicago, Charles Evans, disse à emissora CNBC que continua vendo o início de 2016 como o momento ideal para o Fed - como é conhecido o banco central dos EUA - começar a elevar as taxas básicas de juros, embora ele preveja uma recuperação na economia norte-americana neste trimestre e no segundo semestre do ano. Evans vota nas reuniões de política monetária do Fed em 2015 e é considerado favorável à manutenção de estímulos. 

O Ibovespa acentuou perdas após a abertura das bolsas de Nova York e caía 0,70%, aos 56.702 pontos. Os papéis da Vale caíam 1,55% (PNA) e 2,45% (ON). Já as ações da Petrobrás perdiam 0,73% (PN) e 1,76% (ON). 

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