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Dow Jones tem a maior queda desde 16 de novembro

Demais índices do mercado de ações dos EUA também recuaram, em meio a receios com o impacto negativo da elevação nos preços do petróleo sobre a economia e com a tensão crescente na Líbia

Por Gustavo Nicoletta (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

Os principais índices do mercado de ações dos EUA fecharam em baixa, registrando o declínio mais acentuado deste ano, em meio a receios com o impacto negativo da elevação nos preços do petróleo sobre a economia e com a tensão crescente na Líbia, onde as forças de segurança estão reprimindo violentamente manifestações contrárias ao governo e ao dirigente do país, Muamar Kadafi.O Dow Jones fechou em queda de 178,46 pontos, ou 1,44%, a 12.212,79 pontos, marcando sua perda mais aguda desde 16 de novembro, tanto em termos porcentuais quanto de pontuação. Entre os componentes do índice, o Walmart recuou 3,09% depois de divulgar que seu lucro operacional no quarto trimestre cresceu 27%, beneficiado pelo bom desempenho das unidades internacionais, visto que no mercado norte-americano a companhia segue enfrentando dificuldades, como o sétimo trimestre consecutivo de declínio nas vendas de lojas abertas há um ano ou mais.O Bank of America teve queda de 3,86% depois de divulgar que sua subsidiária de cartões de crédito teve de reenviar os documentos referentes a oito trimestre aos órgãos reguladores por causa de uma baixa contábil de US$ 20,3 bilhões relativa à deterioração do crédito e às novas regras introduzidas nos últimos dois anos.A Hewlett-Packard, que encerrou a sessão com perda de 0,90%, acentuou o declínio para 7,5% no after hours após anunciar que obteve um lucro líquido de US$ 2,61 bilhões em seu primeiro trimestre fiscal, encerrado em 31 de janeiro.Entre os demais índices, o Nasdaq fechou em baixa de 77,53 pontos, ou 2,74%, a 2.756,42 pontos. O S&P 500 teve declínio de 27,57 pontos, ou 2,05%, para 1.315,44 pontos, sua queda mais acentuada em seis meses.Segundo investidores, o mercado sofreria uma correção mais cedo ou mais tarde, visto que os índices acionários subiram em 16 das últimas 20 sessões e atingiram os maiores níveis em dois anos e meio na sexta-feira, mesmo em meio aos sinais de que a tensão no norte da África estava aumentando. "Quando ignoramos questões geopolíticas completamente, há motivo para preocupação", disse Jennifer Ellison, diretora da Bingham, Osborn & Scarborough. "É algo positivo termos um choque de realidade."Hoje o contrato do petróleo para abril negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex) subiu 6,36% e fechou a US$ 95,42 por barril, impulsionados por receios com a interrupção na produção da Líbia. O país é o um dos maiores produtores mundiais da commodity e exporta boa parte de seus barris para a Europa.Mais cedo, Kadafi, que está no poder na Líbia há mais de 40 anos, afirmou durante um discurso transmitido pela televisão estatal que não renunciará, mesmo em meio a protestos contra seu governo. Ele também ordenou à polícia e ao exército que esmaguem os manifestantes e ameaçou limpar o país "casa por casa" e "polegada por polegada". "Sou um guerreiro beduíno que trouxe glória para a Líbia e morrerei como um mártir", afirmou.O setor petrolífero foi um dos poucos que registrou alta no mercado de ações, impulsionado pela perspectiva de aumento na receita por causa do avanço nos preços da commodity. Entre os componentes do Dow Jones, ExxonMobil subiu 1,11% e Chevron teve ganho de 1,62%. As informações são da Dow Jones.

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