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EUA voltam a concentrar atenções na semana

Por Agencia Estado
Atualização:

A turbulência nas bolsas de valores trouxe de volta à tona uma preocupação que parecia ter ficado em segundo plano entre investidores de todo o mundo: a saúde da economia norte-americana. Hoje, há consenso entre analistas que a principal ameaça à estabilidade global vem dos Estados Unidos, não da China. As dúvidas são de duas ordens, que conflitam entre si. De uma lado, teme-se a alta da inflação para um nível ainda mais elevado do que o atual, o que poderia levar o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a elevar novamente a taxa básica de juros no país, hoje em 5,25% ao ano. A outra preocupação diz respeito a uma recessão, que teria impacto sobre o mundo todo. O ex-presidente do Fed Alan Greenspan, por exemplo, acredita que os EUA têm 33% de chances de entrar em recessão até o fim do ano. Por isso, a agenda semanal de indicadores americanos voltou a ter muita importância no mercado financeiro. Cada novo dado reforça uma das duas teses e leva a ajustes de posições. Nesta semana, os destaques são as vendas no varejo em fevereiro, na quinta-feira, e dois índices de inflação também relativos a fevereiro: o PPI, que mede os preços no atacado (quinta-feira), e o CPI, índice de preços ao consumidor (sexta-feira). A expectativa mais freqüente dos analistas é de que o núcleo do PPI, que exclui os itens energia e alimentação, tenha subido 0,2%. Para o CPI, a aposta também é de uma alta de 0,2%. "Esse punhado de indicadores nos EUA deve contribuir para a manutenção da volatilidade nos mercados", disse Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos. "Se os números vierem dentro das expectativas, reforçam o cenário do Fed, de que a economia está se desaquecendo, mas a inflação preocupa." Da mesma forma, explicou Rosa, se vierem muito fora das estimativas, provocarão desconforto. No Brasil, os destaques da agenda são as vendas do varejo em janeiro e a ata da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom), ambas na quinta-feira. Para Rosa, nenhum dos dois eventos deve provocar grandes oscilações nos mercados. "O comércio deve refletir o bom desempenho da demanda, enquanto a ata mostrará o que já sabemos e justificou a cautela do Copom." Nesse ambiente, a volatilidade deve continuar dando o tom dos negócios, principalmente com os dados que serão divulgados nos EUA. A tendência para a Bolsa de Valores de São Paulo é indefinida, enquanto o real deve continuar se valorizando ante o dólar. No mercado de juros, a estabilidade é a aposta dos analistas.

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