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'Não ganhamos nada com aproximação com presidente Trump', diz secretário de Guedes

Segundo Roberto Fendt, acordos assinados em outubro entre Bolsonaro e Trump, sobre facilitação do comércio, boas práticas e combate à corrupção, não trouxeram os efeitos desejados

Foto do author Eduardo Laguna
Por Fabrício de Castro e Eduardo Laguna (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - Na contramão do discurso oficial do governo de Jair Bolsonaro, o secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Roberto Fendt, afirmou nesta sexta-feira, 18, que o Brasil não ganhou nada com os acordos assinados recentemente com os Estados Unidos.

“Se me prometerem que não vão contar ao presidente (Jair Bolsonaro) o que vou contar agora... Mas o protocolo é bom para eles (EUA)”, afirmou Fendt durante evento virtual da Sociedade Nacional de Agricultura sobre comércio exterior. “Não ganhamos nada com a aproximação com o presidente (Donald) Trump.”

Roberto Fendt, secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do governo. Foto: Ministério da Economia

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Segundo o secretário, os acordos assinados por Brasil e EUA no fim de outubro, que tratam da facilitação do comércio, das boas práticas regulatórias e do combate à corrupção, não trouxeram ganhos ao País. “Neste mesmo ato, celebrou-se abertura de linha crédito nos EUA. Para quem? Para os exportadores americanos. O que nós ganhamos? Muito pouco”, disse. 

Os comentários de Fendt contrastam com o discurso de Bolsonaro que, na época, afirmou que os acordos firmados com os EUA reduziram a burocracia e trariam “ainda mais crescimento” ao Brasil. 

Apesar da postura crítica aos acordos firmados com a presidência de Donald Trump, Fendt acredita que a vitória do democrata Joe Biden nas eleições americanas não representa um risco para a relação comercial com o Brasil. Isso a despeito de Biden se mostrar mais preocupado com a questão ambiental e sinalizar a possibilidade de retaliação em função da política de preservação brasileira. “O presidente Biden não é mais um risco. Creio que ele vai continuar a política de Trump, que visa aos interesses dos EUA”, disse Fendt.

O secretário afirmou, inclusive, que espera um ambiente “mais aberto” nas relações entre Brasil e EUA com Biden na presidência. “Até pela personalidade de Biden”, disse. “Biden terá bom senso. Agora, os americanos têm interesses e Trump espelhou isso. Não vai acontecer uma ruptura com os EUA. Os americanos têm seus interesses.”

Fendt participa nesta tarde de evento virtual promovido pela Sociedade Nacional de Agricultura, sobre “Perspectivas do Comércio Exterior para 2021: Governo Biden e RCEP (Parceria Econômica Regional Abrangente)”.

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