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Creditas tenta sair do vermelho de olho em abertura de capital

Fintech colocou o pé no freio na concessão de crédito e promete mover suas prioridades para dar lucro em 2023

Foto do author Altamiro Silva Junior
Por Altamiro Silva Junior (Broadcast)

A fintech de empréstimos Creditas, que tem planos de abrir o capital, anunciou prejuízo liquido de R$ 245,6 milhões no terceiro trimestre, acima da perda de R$ 148 milhões do mesmo período de 2021. No acumulado dos nove meses, o prejuízo supera R$ 800 milhões. Com os investidores interessados em lucro, a empresa colocou o pé no freio na concessão de crédito e promete mover suas prioridades para dar lucro em 2023.

No ano, a carteira de crédito cresceu 90%, mas, no terceiro trimestre, a expansão se reduziu para alta de 49%, anualizada. A Creditas informa que não teve deterioração significativa da inadimplência, mesmo com o ambiente de inflação alta e juros subindo.

Sergio Furio, fundador e presidente da Creditas Foto: Taba Benedicto/Estadão

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As receitas seguem mostrando forte expansão, apesar do ritmo mais lento do crescimento do crédito. No acumulado do ano até setembro, a Credita teve crescimento de 173% na receita, para R$ 1,3 bilhão. No terceiro trimestre, somaram R$ 484 milhões, expansão de 98% em 12 meses.

“O ambiente de negócios continua extremamente volátil, no Brasil e no exterior”, comenta o comando da Creditas ao apresentar os resultados. No Brasil, citam a alta da inflação e incertezas políticas e fiscais, fatores que contribuem para as taxas de juros de longo prazo ficarem altas, o que torna o crédito mais caro.

Nas empresas de tecnologia, a Creditas destaca que o ambiente ainda é de reduzida liquidez, o que levou muitas companhias a redesenharem suas expectativas. Assim, no exterior, a avaliação dessas empresas continua muito deteriorada e mesmo as grandes de tecnologia estão reduzindo suas projeções de crescimento.

“A nova era está surgindo e nossas indústrias de tecnologia estão se movendo na direção de fazer mais com menos e focando nos fundamentos”, afirma a Creditas.

Na fintech, para fazer a empresa dar lucro, a direção comenta que desenhou um projeto em março. Dentro deste plano, está aumentando a eficiência, reprecificando taxas aos clientes e está fazendo o crédito crescer em ritmo mais modesto. “Agora estamos originando empréstimos com as maiores margens projetadas que já vimos para trazer nosso lucro bruto de volta aos níveis normais”, afirma a Creditas.

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A Creditas mira um crescimento menor na segunda metade de 2022, na casa dos 40% a 50%, em termos anualizados, pois está mais conservadora no crédito, com menos aprovação de empréstimo e foco na reprecificação das taxas cobradas dos clientes. Já a meta para as receitas é crescer mais de 100% este ano.

As margens operacionais ficaram em 11% no terceiro trimestre, ligeira recuperação dos 10% no segundo período do ano, quando atingiram o piso, pressionadas pelas exigências de provisões antecipadas pelo padrão contábil IFRS e pela alta de juros. No terceiro trimestre de 2021, estavam em 33%. A Creditas acredita que suas margens deveriam estar na casa dos 40% a 45%.

A carteira sob gestão da empresa fechou o terceiro trimestre em R$ 5,571 bilhões, aumento de 90% na comparação de 12 meses.

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