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GE confirma planos de deixar negócios com eletrodomésticos

Por SCOTT MALONE
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A General Electric afirmou nesta sexta-feira que pode vender ou fazer uma cisão de sua centenária unidade de eletrodomésticos, afirmando que a operação está focada demasiadamente nos Estados Unidos. As atividades com eletrodomésticos do conglomerado, que empregam cerca de 13 mil pessoas no mundo, são a área mais atingida pela crise de dois anos do mercado imobiliário dos Estados Unidos, uma vez que a companhia vende muitas lavadoras de louça e refrigeradores a construtoras de residências. "Essa revisão é consistente com a estratégia que temos executado para transformar nosso portfólio para crescimento no longo prazo", afirmou o presidente-executivo da GE, Jeff Immelt, em comunicado. Ele acrescentou que a unidade de eletrodomésticos, de 7,2 bilhões de dólares "continua sendo basicamente um negócio norte-americano, o que significa que suas fortunas estão ligadas ao crescimento ou queda de um único mercado". Analistas e investidores, que estimam que os negócios possam ser vendidos por entre 4 bilhões e 8 bilhões de dólares, acreditam que a unidade pode atrair interesse de fabricantes asiáticos que buscam por uma marca norte-americana bem conhecida. E a fraqueza do dólar pode fazer este momento adequado para a compra da operação, apesar da crise no setor imobiliário do país. Durante os últimos cinco anos, a GE vendeu unidades que geravam cerca de 52 bilhões de dólares em receitas, conforme procura se afastar dos segmentos de mercado mais voláteis em favor de negócios de ciclo longo, como motores para aviação e equipamentos usados na produção de gás e petróleo. O braço de eletrodomésticos da GM é uma unidade relativamente pequena para a segunda maior empresa norte-americana em valor de mercado. No ano passado, a unidade gerou cerca de 4 por cento da receita de 173 bilhões de dólares da GE. Mas, juntamente com o segmento de lâmpadas, é o negócio com qual os consumidores mais se identificam. A GE é a segunda maior fabricante de eletrodomésticos dos Estados Unidos, atrás da Whirlpool e enfrentando crescente competição de concorrentes asiáticos, incluindo a sul-coreana LG Electronics e o chinês Haier Group. Representantes da LG não quiseram comentar se a empresa poderia estar interessada na área de eletrodomésticos da GE. A italiana Indesit e a Bosch também não se pronunciaram. A Haier não retornou ligações da reportagem.

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