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Penalty superou quadras fechadas na pandemia com foco em matérias-primas e produtos diversificados

Empresa viu a receita chegar a R$ 313 milhões nos primeiros nove meses de 2022, uma alta de 100% em relação ao mesmo período do ano anterior; companhia fundada em 1970 já utiliza toda a capacidade de suas fábricas

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Por Fernanda Guimarães
Atualização:

Depois de passar muito perto da ruína financeira, a Penalty, conhecida pelas bolas de futebol e chuteiras, conseguiu respirar aliviada com a forte retomada da vida esportiva no País após a pandemia e já observa seu faturamento apontar uma retomada. Dona de aproximadamente 45% do mercado de bolas de futebol no Brasil, a empresa, que foi criada em 1970, tem hoje suas fábricas trabalhando a todo vapor.

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No pior momento da pandemia, quando quadras, clubes e escolas ficaram fechadas diante da necessidade de barrar o ritmo de transmissão da covid-19, a companhia aproveitou o momento ruim ao negócio para recalibrar sua prateleira de produtos. O olhar se direcionou aos materiais de maior giro, ou seja, aqueles que entram e saem mais rapidamente das prateleiras das lojas.

Agora, a empresa colhe os frutos e espera uma boa atuação do Brasil na Copa do Mundo – se o hexa vier, mais se venderá acessórios para a prática do futebol, explica o fundador da Penalty e membro do conselho de administração do Cambuci (a dona da marca), Roberto Estefano.

Roberto Estefano: fundador da Penalty: 45% das bolas vendidas no País são da marca Foto: Divulgação/Penaty

Os números provam a recuperação. Conforme os últimos dados divulgados, referentes ao período entre janeiro e setembro deste ano, a receita líquida chegou em R$ 313 milhões, o dobro do visto um ano antes. O lucro no mesmo intervalo foi de R$ 43,9 milhões, cinco vezes maior no comparativo anual.

A companhia não abre os dados de sua produção mensal, mas diz possuir 45% do mercado de bolas, um segmento em que vai bem além do futebol, com produção para vôlei e basquete, e 35% de participação no segmento de chuteiras.

Estefano conta que também fez parte da estratégia durante a crise o desenvolvimento de matérias-primas para os produtos, o que garantiu a máxima da marca de “melhor custo-benefício”. A administração se debruçou em novas formulações de compostos de borracha e novos laminados para os calçados e bolas.

Com os problemas de abastecimento lojistas buscaram produtores locais. Nós estávamos bem posicionados e as coisas começaram a andar rápido na metade de 2021 e principalmente a de 2022

Roberto Estefano, fundador da Penalty

Mas houve ainda um fator externo que ajudou a dar um gás na recuperação: com a disrupção das cadeias produtivas, com covid na China e o adicional de guerra entre Rússia e Ucrânia, o produtor nacional saiu na frente para atender a demanda.

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“Com os problemas de abastecimento lojistas buscaram produtores locais. Nós estávamos bem posicionados e as coisas começaram a andar rápido na metade de 2021 e principalmente a de 2022″, completa. Sua dependência da matéria-prima importada é bastante baixa: cerca de 5% do total, explica.

A Cambuci é uma empresa de capital aberto na Bolsa brasileira. Mesmo com sua ação fora do radar investidores tem captado o desempenho mais positivo dos negócios: no ano. o papel sobe cerca de 30% na B3, a Bolsa brasileira. O Grupo Cambuci detém também a marca Stadium.

Capacidade no limite

Com a procura pelos produtos, hoje a Penalty trabalha com toda sua capacidade preenchida, em suas três unidades. Uma é dedicada à produção de calçados e caneleiras, na Paraíba, e duas ficam na Bahia: uma produz bolas de futebol e a outra, meias e linhas elásticas.

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Um novo investimento, segundo Estefano, será definido após diminuir a poeira após a troca de governo. Tudo, segundo vai ele, vai depender dos planos econômicos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Todo ano de mudança do presidente, essa lógica se repete de “esperar para ver” se repente, aponta o empresário.

O próximo passo para ampliar o crescimento deverá vir no ano que vem: a companhia vai entrar no mercado de calcados para a prática de skate e pegar carona com o sucesso de Rayssa Leal, que depois da medalha olímpica ganhou uma legião de fãs e, como consequência, engajou muitas crianças na pratica do esporte.

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