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ANÁLISE: Os investidores estão voltando

Vale destacar que o formato do leilão – com lotes de diferentes tamanhos – favoreceu a diversidade de investidores

Por Thais Prandini
Atualização:

Os resultados do leilão de linhas de transmissão de ontem refletem o momento positivo do setor elétrico brasileiro. Apesar da persistência de alguns desafios importantes – como a judicialização relativa à garantia física de hidrelétricas e o baixo volume de água nos reservatórios das principais usinas –, é inegável que o investidor está de volta. No total, os consórcios vencedores do certame devem investir R$ 12,7 bilhões em linhas de transmissão em 19 Estados nos próximos anos.

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Dos 35 lotes oferecidos, apenas quatro não tiveram interessados. Esses resultados contrastam com os verificados nos últimos anos. De 2012 a 2016, cerca de 40% dos lotes oferecidos em leilões do tipo deram “vazio”. É que a falta de segurança regulatória provocada pela Medida Provisória 579/2012, que renovou de maneira irresponsável as concessões de geração e transmissão, combinada à falta de capital, levou os investidores a puxarem o freio de mão. Hoje, esse cenário ficou para trás.

A onda de otimismo dos investidores também fica clara pelos altos índices de deságio observados, com destaque para a indiana Sterlite Power Grid Ventures, que fez sua estreia no setor elétrico brasileiro oferecendo 58,86% de diferença no valor que aceita receber e o inicialmente proposto pela Aneel pelo lote 10.

Vale destacar também que o formato do leilão – com lotes de diferentes tamanhos – favoreceu a diversidade de investidores. O formato também reduz o risco dos investimentos, um esforço provavelmente para se evitar problemas nas obras, como aconteceu nos casos das espanholas Abengoa e Isolux, cuja agressividade nos leilões de contratação acabou comprometendo a capacidade de entrega.

Por fim, destaque para a participação da Cteep. O comportamento da grande vencedora do leilão sugere que os recursos aprovados recentemente pela Aneel para remunerar investimentos anteriores a 2000 que ainda não haviam sido amortizados vão voltar a ser aplicados no setor elétrico brasileiro, o que é muito positivo para todos nós.*Diretoria executiva da Consultoria Thymos Energia

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