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Os riscos em 2024

A sensação de otimismo está em alta no setor, mas os perigos não são irrelevantes

colunista convidado
Foto do author Fábio Alves

Se depender do sentimento de euforia nos mercados globais, em particular nas Bolsas de Valores, em relação às perspectivas para 2024, o cenário externo vai certamente soprar ventos favoráveis ao Brasil, mas há riscos sérios no horizonte que podem jogar um balde de água fria nesse otimismo.

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Só para citar os principais índices acionários nos Estados Unidos, o S&P 500 subiu mais de 4% em dezembro até o pregão que antecedeu o feriado de Natal, levando o ganho acumulado em 2023 a quase 24%. O índice está muito próximo do seu recorde histórico. Já o Nasdaq, impulsionado pelo setor de tecnologia, principalmente pelas ações conhecidas como “sete magníficas”, acumula um ganho no ano acima de 43% até a semana passada.

Por trás dessa festa nas Bolsas americanas está a expectativa dos investidores de que a economia dos EUA evitará uma recessão, fazendo um pouso suave em 2024, mas ainda assim a inflação irá desacelerar em direção à meta do Federal Reserve (Fed). Nesse cenário, o mercado está precificando seis cortes de juros pelo Fed no ano que vem, num total de 1,5 ponto porcentual, com a primeira redução em março.

Otimismo no mercado brasileiro pode sofrer com os impactos da economia global em 2024 Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Essa precificação agressiva do ciclo de afrouxamento monetário pelo Fed está impulsionando os preços de ativos de risco ao redor do mundo. O risco mais óbvio a esse cenário de céu de brigadeiro é a inflação americana voltar a acelerar e incomodar o Fed, que pode cortar menos os juros do que o mercado está esperando.

Mas as ameaças não vêm apenas do cenário macroeconômico. Uma delas é o temor de a disparada recente nas ações do setor de tecnologia ter criado uma bolha, vulnerável a estourar caso haja uma repentina mudança de humores. As “sete magníficas” (Apple, Meta, Nvidia, Tesla, Alphabet, Microsoft e Amazon) registram ganhos impressionantes: o preço das ações da Nvidia mais que triplicou neste ano, enquanto as ações da Meta subiram 170% e as da Tesla, 90%.

Outro risco importante vem da política: as eleições presidenciais de 2024 nos EUA. A disputa deve ficar entre o republicano Donald Trump e o democrata Joe Biden, que tenta a reeleição. A corrida eleitoral mal começou e já está caótica e completamente incerta. O barulho pode reverberar mundo afora.

No cenário geopolítico, não se avista uma solução para os conflitos entre Rússia e Ucrânia e entre Israel e Hamas. Por fim, o que vai acontecer com a economia da China ainda gera dúvidas. Os líderes chineses vão abrir os cofres para evitar uma desaceleração maior? Em resumo: o otimismo está em alta, mas os riscos não são irrelevantes.

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