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Pacheco defende desconto em dívidas dos Estados por federalização de estatais

O presidente do Senado diz que os termos da proposta de Minas Gerais poderão servir como baliza para a renegociação das dívidas de todos os Estados que tiverem interesse

Foto do author Gabriel Hirabahasi
Por Gabriel Hirabahasi (Broadcast)

BRASÍLIA - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que discutiu com técnicos do governo de Minas Gerais um esboço de uma contraproposta a ser apresentada ao governo federal para a renegociação das dívidas dos Estados com a União. Esse desenho envolveria a possibilidade de o governo federal conceder descontos aos Estados a depender do montante pago à vista por meio de federalização de empresas estatais estaduais, por exemplo.

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Há uma concordância de Pacheco com o governo de Minas Gerais nesse sentido. As duas partes concordam ser necessário haver mais incentivos para a amortização dos ativos estaduais, como o desconto no valor total da dívida. Além disso, o presidente do Senado também defendeu ser importante considerar não apenas as participações nas estatais nesse pacote, mas também créditos recebíveis e imóveis, por exemplo.

“A partir do esforço com amortização, discutimos abatimento do valor geral das dívidas”, disse Pacheco. “Fazer uma analogia aos programas de regularização tributária que o Estado faz para as pessoas particulares. Os programas Refis pressupõem descontos no valor final a partir da intenção do contribuinte de pagar no menor prazo ou dar um valor de entrada maior. É uma negociação que comporta essa flexibilidade”, completou.

Pacheco se reuniu com técnico do governo de Minas Gerais Foto: Wilton Junior/Estadão

O presidente do Senado disse que, apesar de a discussão de hoje ser com técnicos do governo de Minas Gerais, os termos servirão como baliza para a renegociação das dívidas de todos os Estados que tiverem interesse.

“Acaba que a situação de Minas tem puxado a discussão de todo o Brasil. É um problema federativo de Minas, da União e de outros Estados. Estamos tentando conceber uma solução para Minas e também para outros Estados”, afirmou.

Inicialmente, a assessoria da presidência do Senado informou que técnicos do Ministério da Fazenda também participariam da reunião, o que não aconteceu. Apenas técnicos do governo mineiro e do Senado estiveram presentes e discutiram os termos. O Broadcast Político apurou que já há um esboço de proposta, que deve ser apresentada ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em reunião com Pacheco na semana que vem.

O presidente do Senado defendeu ainda uma flexibilidade maior por parte do governo federal em relação a como os Estados poderiam investir os recursos que sobrariam a partir dos descontos na taxa de correção das dívidas. Pelo plano do governo, os investimentos teriam de ser feitos no ensino técnico.

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“Não se pode exigir de um Estado investimento em educação se ele já o faz. Acho inteligente ter flexibilidade para poder investir em outras áreas”, disse o presidente do Senado.

O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, afirmou, após a reunião com Pacheco, que o Estado pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) ainda nesta semana a prorrogação do prazo para adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). O prazo se encerra em 20 de abril, mas é inviável para o governo chegar a um acordo com os Estados e aprovar a proposta no Congresso.

Segundo Simões, o novo pedido deve ser para a prorrogação do prazo por mais quatro ou seis meses para que haja tempo hábil de o Congresso aprovar o novo programa de refinanciamento das dívidas.

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