O forte crescimento da produção de bens de capital (máquinas e equipamentos) em 2007, para atender à demanda por novos investimentos, dá sustentabilidade ao crescimento da indústria neste ano sem ameaças à inflação, segundo avaliação do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Bernard Appy. Appy disse que os dados divulgados ontem pelo IBGE sobre a produção industrial em 2007 mostram um quadro muito favorável para o crescimento da economia brasileira ao longo deste ano. Segundo ele, há espaço para a capacidade instalada da indústria se expandir sem causar distorções na economia. ?O crescimento de 19,5% (na produção de bens de capital) foi mais de três vezes a expansão da indústria e sinaliza que a ampliação da capacidade dá sustentabilidade ao ritmo de crescimento?, destacou. Para o secretário, o crescimento da indústria no ano passado, de 6%, foi distribuído por todos os setores. Sem pressão inflacionaria Diferentemente de analistas do mercado, que ficaram preocupados com o resultado em razão do seu impacto na política de juros do Banco Central (BC), Appy afirmou que não vê risco de o crescimento industrial causar pressões inflacionárias. ?Não creio, os indicadores da produção industrial são bastante balanceados?, disse Appy. O secretário avaliou que já era esperada para dezembro passado uma desaceleração da produção industrial, que classificou como ?acomodação natural? após o resultado extremamente elevado de outubro (alta de 3,3%). Isto, para ele, não representa mudança na tendência de crescimento da produção industrial. Ele também não vê risco de a indústria não conseguir atender à demanda crescente puxada pelo consumo interno. Ele destacou que o nível de utilização da capacidade instalada, de 83%, divulgado anteontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra uma estabilização no mês de dezembro de 2007, em relação a novembro, quando o nível foi de 83,1%, o maior da série estatística da entidade.