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‘PPI era uma mentira e um crime contra o povo’, diz ministro de Minas e Energia

Segundo Alexandre Silveira, era hora de ‘abrasileirar’ os preços dos combustíveis; Petrobrás anunciou mudança na política de reajustes

Foto do author Marlla Sabino
Foto do author Antonio Temóteo
Por Marlla Sabino e Antonio Temóteo
Atualização:

Brasília - O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta terça-feira, 16, que, com a mudança na estratégia comercial da Petrobras, não haverá mais “volatilidade” nos preços dos combustíveis como acontecia com a aplicação da metodologia anterior, a paridade com o mercado internacional - também conhecida como PPI.

“Era hora de abrasileirar os preços dos combustíveis”, disse em entrevista, citando que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai cobrar das empresas que cumpram também sua função social, até por defender que as empresas públicas sejam indutoras do crescimento nacional. A declaração ocorreu logo após reunião com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.

Segundo Silveira (E), o presidente Lula quer as empresas estatais como indutoras do crescimento econômico Foto: Wilton Junior/Estadão

A Diretoria Executiva da estatal aprovou ontem uma nova estratégia comercial para definição de preços de diesel e gasolina da Petrobras, em substituição à política de preço de gasolina e diesel comercializados por suas refinarias.

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Pela nova metodologia, a empresa passará a levar em conta também o mercado doméstico na hora de definir os preços. Até agora, esses preços estavam basicamente à cotação do petróleo no mercado internacional.

A mudança ocorre após uma série de duras críticas de Silveira à metodologia até então adotada pela empresa. “Quero fazer uma dura constatação ao PPI: era uma mentira e um crime contra o povo brasileiro, pois impunha uma algema, uma mordaça”, disse.

Silveira citou ainda que o governo defendia que a empresa tivesse uma política de competitividade interna e uma referência no preço interno dos combustíveis.

A Petrobras informou ainda, em fato relevante, que os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio.

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O ministro ressaltou que a Petrobras é uma empresa autônoma e toma suas próprias decisões, mas destacou que o governo já defendia que houvesse uma mudança na política de preços. “Nós do governo temos visão clara do que é melhor para o Brasil”. Ele afirmou ainda que a empresa não deixará de ser atrativa para investidores. “Vamos ter empresa perene, que não será só vendedora de óleo cru, que terá estratégia de investimento”, disse.

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