O ministro de Minas e Energia, Franscico Gomide, descartou nesta sexta-feira a possibilidade, por enquanto, de redução dos preços dos combustíveis fixados pela Petrobras, em razão da queda do dólar. Segundo o ministro, quando a cotação esteve mais alta, próxima dos R$ 4, a estatal adotou uma política prudente "de não realinhamento de preços". Agora, o valor da moeda norte-americana, mesmo com a queda das últimas semanas, ainda está "exageradamente alto". O ministro disse que as contas da Petrobras "primeiro têm de voltar à normalidade". Gomide disse que os recursos da Reserva Global de Reversão (RGR) são suficientes para financiar as distribuidoras de energia elétrica e garantir a tarifa mais barata para a população de baixa renda. A RGR, um dos maiores fundos do setor elétrico, formado por parte da tarifa de energia, foi definida pelo governo como fonte temporária de recursos e seria substituída pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Essa substituição, no entanto, foi vetada pela Câmara dos Deputados na votação da Medida Provisória 64, nesta semana. Segundo o ministro, a definição de uma fonte permanente de recursos terá de ser tomada no prazo de um ano. O ministro avaliou que as modificações feitas pelos parlamentares não significam o fim dos leilões de compra e venda de energia. "Se houver entendimento para aditar contratos não temos nenhuma objeção". A decisão dos parlamentares de retirar do texto a especificação de termoelétrica como destino para o subsídio do gás natural não afasta os investidores, na opinião do ministro. A intenção dos parlamentares, de acordo com Gomide, foi criar uma alternativa mais ampla. "Tudo está caminhando para dar mais competitividade ao gás natural", afirmou.